“Quem não comprou ainda, o bom é sair com lista, saber o que vai comprar”, recomendou a advogada Maria Inês Dolci, coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). Segundo ela, é preciso calma para enfrentar as filas e a demora normais no período.
Ela aconselha ainda que, mesmo com pressa, os consumidores não deixem de observar detalhes sobre o produto. É importante, por exemplo, saber se a loja aceita fazer trocas. “A troca não é obrigatória, quando o produto não tem defeito. É uma liberalidade da loja. Por isso é importante perguntar, guardar a nota fiscal. Muitos lojistas já entregam uma nota autorizando a troca”, disse.
A advogada lembrou ainda que, por não ser uma obrigação, o lojista pode estabelecer o prazo que preferir para as trocas. “É preciso ficar atento, pois ele pode limitar para um período específico.”
O Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF), diz que os produtos em promoção também seguem a política de troca estabelecida pelo vendedor. “A troca é opção do lojista, mas deve ser informada sempre ao cliente”, ressaltou a entidade, em nota.
Produto defeituoso
O Procon-DF lembra ainda que, no caso de produto defeituoso, o consumidor pode exigir o conserto. Se o problema não for solucionado em 30 dias a partir da comunicação, é possível exigir um produto novo ou cancelar a compra e pedir o dinheiro de volta. Outra opção, se aceita pelo comprador, é receber um abatimento e ficar com o produto defeituoso. Trata-se de uma alternativa viável nos casos de defeitos de menor monta e que não comprometem o uso do produto.
A servidora pública Daniela Rodrigues de Miranda, 35 anos, não teve dificuldades para trocar uma roupa. “Eu comprei nesta semana e descobri que não ia servir. Ainda bem que a loja não estava tão lotada”, disse. Segundo Daniela, em função da crise, os valores e quantidade de presentes de Natal este ano estão menores que nos anos anteriores.
A prudência nos gastos também é uma recomendação da advogada Maria Inês Dolci para os consumidores que ainda irão às compras de Natal. “Uma boa estratégia é estabelecer um teto e procurar não se endividar em muitas parcelas. O consumidor deve se lembrar que o início de ano traz muitos gastos e estamos em uma crise. O consumo não deve ser emocional”, aconselha.
Promoções
O vendedor Luciano de Melo Souza, 18 anos, deixou para ir às compras com familiares perto do Natal por acreditar que haveria mais promoções próximo à data. “Viemos comprar brinquedo para os sobrinhos e roupas para a família”, informou. De acordo com o vendedor, apesar de haver produtos com preço bom, as filas estavam longas.
“Até o momento a gente só conseguiu concluir a compra de um sapato. Agora já estamos escolhendo [a loja] pela fila e não pela promoção”, brincou. Apesar da dificuldade, a intenção era não ir embora antes de terminar a lista de compras. “Viemos de Planaltina (cidade a cerca de 50 quilômetros de Brasília) só pra isso. Vamos ficar até o fim”, afirmou Luciano.
A orientação do Procon-DF aos consumidores que tiverem alguma reclamação sobre o produto é, no primeiro momento, procurar o vendedor ou o fabricante, pois os dois são responsáveis pelo item. Caso o problema não seja resolvido, é possível procurar os postos de atendimento no Distrito Federal.
Agência Brasil