Nascida Donald Nansen McCloskey, Deirdre já contou em seu livro "Crossing: A Memoir", seus três anos de transição do sexo masculino para o feminino. "Eu digo para as minhas amigas: Sei que os homens fazem isso e sei por que fazem isso. Já estive lá", ironiza, tanto para comentar o assédio, quanto no contexto da desigualdade entre gêneros.
Ela acredita que isso gera um prejuízo econômico direto para qualquer país. "Se não permitir que metade da sua população floresça, faça o máximo da sua vida, você perde as vantagens, o potencial de metade do florecer da sua sociedade", explica. "São advogadas, médicas, pilotos de avião... Você perde isso", aponta Deirdre.
A economista afirma, também, que assédio e abuso são ferramentas que tentam "criar uma categoria inferior na sociedade", o que acaba sendo prejudicial para todos. "Nos Estados Unidos está intenso o debate sobre agressões de mulheres por homens, especialmente homens mais velhos dentro do ambiente de trabalho", cita. "Essa discussão tem que esquentar no mundo inteiro, pois é uma desgraça", enfatiza Deirdre.
"Muitos homens, como por exemplo Donald Trump, tiram vantagem disso", salienta, citando o presidente dos Estados Unidos. "Ele é um tolo terrível. Um homem horroroso na forma como trata as mulheres. Ele mesmo disse: 'Sou famoso e bem sucedido, então posso abusar'", acrescenta Deirdre, lembrando de áudios divulgados sobre os supostos assédios de Trump.
Bernardo Bercht