O chimarrão, as espadas de luta, os arrelhos dos cavalos e os lenços vermelhos nos pescoços. Em todos os momentos foi possível observar e viver a cultura gaúcha. As prendas e peões acordaram cedo para desfilar em cavalos, carroças ou caminhões. Nenhum gaúcho que esteve na avenida deixou de levantar o chapéu, o braço ou mesmo aplaudir os que passavam.
Como demanda a tradição, o desfile comemora os momentos marcantes da revolta farroupilha, que teve início no dia 20 de setembro de 1835 e terminou em março de 1845. O evento começou com as honras ao governador do Estado, José Ivo Sartori, executadas pela Banda da Brigada Militar. Sartori não se pronunciou oficialmente durante o evento e permaneceu no palanque ao lado de autoridades até o final do desfile.
Na saída, ele destacou, rapidamente, entre alguns gritos de descontentamento pela atual situação que o Estado enfrenta, que “a Revolução Farroupilha é um marco importante na vida e na consciência de todos os gaúchos, na medida em que a luta contra a centralização excessiva produz uma consciência que vai passando de geração para geração para construirmos um dia, quem sabe, uma federação de verdade”.
O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairioli Callegaro, afirmou que esse é um momento de renovação do sentimento tradicionalista gaúcho. “Todo gaúcho e gaúcha enxerga uma identidade regional e local que o representa, isso que faz a data ser tão importante”, afirmou. “O desfile vem coroar todo um trabalho que começou a ser construído nos Festejos Farroupilhas lá em 20 de agosto, quando a chama foi acesa em Triunfo”, comentou.
Jézica Bruno