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Dia do Chimarrão: como bebida virou hábito diário dos gaúchos

Segundo historiador, povos indígenas utilizavam a planta muito antes da chegada dos europeus

Mobilização iniciou na cidade de Machadinho, no Nordeste do Estado | Foto: Vinicius Roratto

Mais do que costume ou hábito, o chimarrão tornou-se parte da identidade do povo gaúcho. No domingo, comemora-se o Dia do Chimarrão, data estipulada pela Lei 11.929, de 20 de junho de 2003. Uma singela homenagem à bebida que remonta aos povos indígenas, passa pela chegada dos primeiros europeus ao Brasil e hoje está arraigada na história do Estado.

“Muito antes das colônias europeias, o hábito do uso da folha de erva-mate era nativa dos povos indígenas. Não só no Rio Grande do Sul, mas compreendia regiões do Paraguai, nordeste da Argentina e Uruguai. Temos registros dos séculos 16 e 17 da forma de uso tanto como utilizamos hoje na forma de chá, mas também na forma mascada nos povos andinos”, explica o coordenador da graduação em História da Unisinos, professor Jairo Rogge.
 
Mais do que um hábito que se seguiu dos indígenas até os europeus, a importância econômica da erva-mate, principalmente no período colonial do Rio Grande do Sul, é um ponto frisado por Rogge. O uso comercial do produto no período das chamadas reduções jesuíticas dos Sete Povos das Missões foi fundamental para que o chimarrão fosse introduzido na cultura local.

“Em um primeiro momento, por tratar-se de uma bebida com propriedades ditas ‘alucinógenas’, foi proibida pelos padres. Mais tarde, isso caiu por terra e acabou se tornando um dos principais produtos da economia missioneira. As próprias reduções tinham seus ervais e vendiam a erva. Mesmo no período de conformação das fronteiras portuguesas, a erva-mate foi também palco de muitos conflitos pelo seu controle”, disse.  

Assim como o lenço, a guaiaca, a bota e até mesmo o churrasco, o chimarrão tornou-se parte do indumentário do povo gaúcho. Como historiador, o professor da Unisinos reforça a importância de datas comemorativas para personificar a memória de um povo, solidificada, assim, por pilares que auxiliam na construção identitária do Rio Grande do Sul.
 
“É importante termos essa noção até para que não ocorra um esquecimento histórico da importância dessa bebida ao longo da história do Rio Grande do Sul. Primeiro, essa planta teve uma importância fundamental para os povos indígenas. Dali ela parte para se espalhar e adquirir o nosso gosto. Passa por todo o período colonial até o dia de hoje. Esses elementos todos, como a vestimenta e até o churrasco, são importantes até por uma questão identitária do Rio Grande do Sul”, finaliza.

Ouça:

Arthur Ruschel