Como parte do Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado nesta quinta-feira, o Hospital Divina Providência realizou uma ação especial para os doadores voluntários. O banco de sangue da instituição de saúde realizou a entrega de cinco camisas da campanha "Doar para salvar vidas" para as cinco primeiras pessoas que foram na manhã desta quinta-feira até o hospital realizar o gesto de solidariedade. Além disso, eles receberam um lanche especial e tiveram a sua foto colocada em um painel especial organizado pela instituição de saúde. As cinco pessoas que forem à tarde doar sangue também receberão as camisas da campanha.
A supervisora do banco de sangue do Hospital Divina Providência, Aline de Souza Mazur, disse que durante toda a pandemia ocorreu um decréscimo das doações de sangue. "O estoque permanece sempre baixo e em alguns momentos fica um pouco melhor. Mas, tudo é muito imprevisível", ressaltou. Segundo ela, está tendo uma reposição dos estoques através das doações de reposição que não é a ideal. "O melhor é que a pessoa venha de maneira espontânea doar o sangue. Queremos fidelizar esse doador ", explicou. Conforme Aline de Souza, antes da pandemia da Covid-19, a média de doações no hospital era de 250 a 300 doações por mês. Hoje, está perto de 100 doadores.
A supervisora do banco de sangue disse que o hospital necessita de todos os tipos de sangue. As doações no banco de sangue do Hospital Divina Providência podem ser feitas de segunda a sexta-feira das 7h às 17h, e no sábado das 8h às 12h. Não é necessário agendamento. "As pessoas precisam ter a cultura de doação de sangue e os estoques vão estar sempre em dia", acrescentou. Segundo Aline de Souza, a iniciativa tem como foco atrair novos doadores voluntários, e não os doadores de reposição - aqueles que fazem doação para um determinado paciente. "Conseguimos repor com doadores de reposição, mas não é o ideal, pois necessitamos de mais voluntários, que estão escassos. Está muito fraco o movimento”, explicou.
Queda nas doações
De acordo com a supervisora, as doações caíram de 30% a 40% em 2021. Ela explica que a procura é sazonal, e que os dois últimos meses estão apresentando registros muito baixos de doação: até setembro, registrou-se média de 200 a 250 doações por mês. Em outubro, foram apenas 113 e, em novembro, foram menos de 80 até o dia 23. “Estamos fazendo transfusão de pacientes que precisam de plaquetas. A dificuldade é que os doadores acabam vindo de tarde e acabamos não conseguindo produzir as plaquetas. Por isso, pedimos que, se possível, venham no período da manhã”, destacou.
Para doar, a pessoa precisa estar com boas condições de saúde, alimentada, ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos, apresentar documento de identidade com foto, não ter ingerido bebida alcoólica, não ter fumado no mínimo duas horas antes e ter dormido pelo menos seis horas antes da doação. No Rio Grande do Sul, apenas 2,4% da população é doadora de sangue, enquanto no Brasil o percentual é de 1,8%, conforme dados do Ministério da Saúde. O sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas, plasma e outros) o que poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada.
Os componentes são utilizados para atendimentos de urgência e realização de cirurgias eletivas nos hospitais e o tratamento de pessoas com doenças crônicas. Os homens podem doar quatro vezes ao ano com um intervalo de no mínimo 60 dias. Já as mulheres poderão realizar a doação de sangue três vezes ao ano com um intervalo de 90 dias. Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros de sangue. Em cada doação, o máximo de sangue retirado é de 450 ml.
O doador não pode estar gripado, nem ter enfrentado uma gripe nos últimos sete dias, nunca ter contraído hepatite, malária ou doença de Chagas; não ser portador do vírus HIV e do HTLV. As mulheres não podem estar grávidas, nem ter tido aborto nos últimos três meses e não podem estar amamentando. Os doadores não podem ter realizado tratamento dentário nos últimos sete dias; não ter feito tatuagem nos últimos 12 meses; e não ter ingerido bebida alcoólica no dia da doação e nem ter bebido excessivamente nas últimas 24 horas.
Cláudio Isaías