Os fiscais abordaram o veículo que não tinha as mínimas condições de trafegabilidade e estava com os pneus carecas. Além disso, o motorista não possuía a documentação do caminhão. A fiscalização realizou a apreensão da carga. O diretor-geral do DMLU, Gustavo Fontana, disse que os clandestinos conhecem os roteiros da coleta seletiva e passam antes do horário de recolhimento realizado pelo departamento. O material recolhido nas ruas da Capital teria como destino as 19 unidades de reciclagem existentes na cidade que empregam mais de 700 pessoas. “Os materiais são levados para galpões irregulares ou a triagem é feita na rua”, lamentou. Segundo Fontana, os resíduos recicláveis que não interessam são descartados dentro de arroios, do Guaíba e até em praças e parques.
Os clandestinos que circulam de caminhões pelos bairros da Capital são oriundos das ilhas, de cidades da região Metropolitana e também da zona Norte. Muitas vezes, segundo Fontana, os caminhões flagrados pela fiscalização utilizam placas de carros como Fusca e Chevette com o objetivo de não serem multados. A fiscalização dos veículos clandestinos foi definida após uma reunião do DMLU com representantes do Ministério Público Estadual, do Ministério Público do Trabalho, do Fórum dos Catadores e de unidades de triagem que são abastecidas pelos caminhões da coleta seletiva do departamento.
Em razão da coleta clandestina, tem ocorrido o desligamento de trabalhadores dos galpões de reciclagem. Pelo menos 70 pessoas já se afastaram de algumas unidades e a lista de candidatos esperando trabalho tem aumentado. No Código Municipal de Limpeza Urbana, segundo Fontana, consta o recolhimento dos resíduos colocados para a coleta pela população é tarefa exclusiva do departamento.
Cláudio Isaías