Servidores do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no RS (Sindisprev RS) realizaram, na manhã desta terça-feira, um ato no Centro Histórico de Porto Alegre, reivindicando melhorias no serviço público. A categoria está em greve desde o dia 23 de março. Conforme os organizadores, por volta de 300 pessoas de diversas partes do Estado participaram da mobilização pacífica, que teve o uso de camisas pretas, trio elétrico e diversos cartazes contrários ao governo federal.
O ato, que contou com adesão de outros sindicatos, também ocorreu em outros estados, e iniciou em frente ao edifício do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (Ipase), na Travessa Mário Cinco Paus, percorreu os fundos do Mercado Público, encerrando na Esquina Democrática. “Além da reivindicação do reajuste salarial, também temos a questão do concurso público. Hoje, estamos com a metade da força de trabalho que havia em 2015, enquanto o número de processos cresce em razão do aumento da população”, disse Alcieres Cardoso, diretor de imprensa do Sindisprev RS.
De acordo com ele, o governo não está promovendo diálogo com a categoria de trabalhadores. “Tivemos algumas reuniões com o INSS, mas não houve uma negociação efetiva. O governo está oferecendo 5% de reajuste linear, no entanto, nossa perda é de mais de 30% desde 2017, o último reajuste que tivemos. Mesmo assim, antes daquele ano, a reposição foi sempre abaixo da inflação anual. Então, temos uma perda salarial de quase 50%”, calcula Cardoso. A categoria pleiteia o reajuste de 19,99%, referente à inflação a partir de 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência.
Conforme o diretor do sindicato, por volta de 40% dos serviços realizados pelo INSS está sendo afetado em razão do movimento grevista. Em março, o movimento teve também a adesão dos peritos médicos federais. “A população não está sendo atendida de forma digna. Em vez de ter servidores nas agências atendendo, o governo manda as pessoas serem atendidas nos meios digitais. Atualmente, 60% da população não tem acesso à Internet, muitas vezes não tem computador ou celular que suporte o aplicativo Meu INSS”, criticou ele. A reportagem contatou o INSS, mas o órgão disse que não iria se posicionar a respeito do movimento reivindicatório.
Felipe Faleiro