Os fatos recentes, desencadeados depois da divulgação da pesquisa, no dia 27 de março, vão ao encontro desse pensamento. Várias mulheres se manifestaram em redes sociais, utilizando o lema “Não mereço ser estuprada”. Mais de 45 mil pessoas aderiram ao movimento no Facebook.
Com isso, a idealizadora do protesto, a jornalista Nana Queiroz, foi hostilizada também, nas mesmas redes sociais. A página do movimento na internet mostra várias opiniões de pessoas responsabilizando as mulheres que usam roupas curtas pela violência sexual que podem vir a sofrer.
“Toda repercussão que o dado gerou, mostrou uma questão latente na sociedade. A gente não está falando de uma coisa que não exista. Existe uma questão posta na sociedade brasileira. A gente viu uma reação que mostra que de fato temos um fenômeno acontecendo”, avaliou Luana. Para ela, mesmo sem o erro, existe uma série de outros dados que poderiam gerar repercussão semelhante.
Sobre o erro na divulgação dos dados, a técnica do Ipea explicou que, na avaliação da base de dados da pesquisa para produzir novas reflexões sobre os resultados, a equipe do órgão percebeu uma informação diferente da que constava no relatório. Luana explicou que se tratou de uma troca de tabelas associadas às frases durante a montagem do documento.
“O Ipea fez o que tinha que fazer. Identificou o erro e foi a público. Cabe à instituição, para garantir transparência e credibilidade, reconhecer o seu erro, escutar as repercussões da sociedade, aprender com isso e trabalhar para ser melhor do que foi, para que a gente consiga evoluir”, concluiu.
Agência Brasil