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Especialistas recomendam observar prazos e sintomas para não prejudicar diagnósticos na vacinação

Três meses após início do combate à Covid-19, país iniciou imunização contra gripe

Especialistas alertam para cuidados na vacinação | Foto: Guilherme Almeida

No próximo domingo, o Rio Grande do Sul completa três meses desde a primeira aplicação da vacina contra a Covid-19. Mesmo trasncorrido este período, uma das dúvidas mais comuns é o que muda no caso de quem já teve a doença antes da aplicação da vacina ou poucos dias depois. Também há a questão da vacina contra a gripe – dos vírus Influenza e H1N1, por exemplo -, cuja campanha iniciou nesta segunda-feira, o que vem acrescentando dúvidas sobre como funcionam as imunizações nestes casos. 

Infectologistas tratam de tranquilizar a população sobre os baixos riscos de se receber a aplicação de vacina juntamente com um caso de Covid-19 ou com a da vacina da gripe. Entretanto, estes especialistas recomendam respeitar a espera entre a aplicação de um imunizante e outro, bem como a recuperação de uma infecção por Covid-19. 

Caso contrário, se torna mais difícil o diagnóstico pelos médicos, pois alguns dos sintomas de mal estar podem mascarar os efeitos adversos causado por uma das vacinas ou até mesmo os estágios iniciais de um quadro de Covid-19.

Segundo o coordenador do núcleo de vacinas e supervisor médico do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Gewer, quem já teve a covid-19 deve esperar ao menos um mês antes de tomar a vacina contra a doença. “Mesmo para quem pegou, precisa fazer vacina. Algumas pessoas adquirem proteção natural, outras não. Mas não dura muito. Por isso é necessário se vacinar”, reforça.

Esse intervalo é contado a partir da descoberta dos sintomas ou do diagnóstico por exame laboratorial, no caso de assintomáticos. “Pessoa que tenha sintomas de mal estar, dor muscular, dor de cabeça e dor de garganta, o que pode ser uma pessoa com suspeita de Covid, não deve fazer a vacina. Tem que esperar”, observa.

O médico infectologista e professor da Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), Alessandro Pasqualotto recomenda um intervalo de duas a quatro semanas para quem teve Covid-19 ou se vacinou contra a gripe. “Pessoas que tiveram Covid ficam protegidas por um tempo, de 3 a 6 meses, mas é uma imunidade que diminui com o tempo. É recomendado que a vacinação não ocorra próxima da doença, para que efeitos adversos não sejam mascarados”, orienta. 

Pasqualotto garante que as vacinas desenvolvidas hoje são muito seguras e que não há interação entre os imunizantes contra gripe e Covid-19. “O ideal é priorizar a da Covid e depois a gripe, por causa da gravidade da primeira. Mas na prática, as pessoas devem se vacinar com o que aparecer na frente. Apenas respeitar o intervalo entre uma e outra”, pontua.

O médico do Moinhos de Vento avisa que a vacina pode causar efeitos adversos benignos, em geral, no local da aplicação, como inchaço, vermelhidão, e também febre ou indisposição, com duração entre 12 e 24 horas. Mas não é preciso se preocupar: não há chance da vacina causar outras doenças. Mesmo aquelas que utilizam vírus inativados não têm qualquer possibilidade de replicação do vírus no organismo.

Entretanto, o infectologista da UFCSPA lembra que mesmo quem já foi vacinado pode contrair a Covid-19. Se for nos dias seguintes à aplicação, é devido ao imunizante não ter efeito ainda, o que leva cerca de 30 dias. Mas depois deste período de resposta imunológica, mesmo quem foi vacinado pode desenvolver Covid-19, mas o quadro tende a ser leve. Isso porque a vacina CoronaVac, feita no Brasil pelo Instituto Butantan, tem eficácia de 50% para se evitar de contrair a doença, mas é 100% eficaz contra a ocorrência de um caso grave, que exige hospitalização.

Já a vacina da Oxford/AstraZeneca, produzida no país pela Fiocruz, é um pouco mais efetiva, com 70%, mas mesmo assim se permanece a possibilidade de contrair a doença. “Os vacinados também adoecem, principalmente depois da primeira dose, porque é na segunda dose que existe um ganho imunológico. Mesmo assim existe um risco de adoecimento, mas como a gente sabe, a vacina evita as formas graves da doença. Mas as formas mais brandas e assintomáticas seguem existindo”, esclarece Pasqualotto.

Gabriel Guedes