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Especial

Ex-ministro da saúde critica "lockdown" e defende conceito de imunidade de rebanho para Covid-19

Médico infectologista Ricardo Zimerman participou da videoconferência promovida pela Federasul

Videoconferência foi realizada nesta quarta-feira | Foto: Reprodução / CP

Críticas às políticas estaduais ao confinamento ou fechamento total de algumas regiões do Brasil - chamado de lockdown -, à mídia e ao modelo de Distanciamento Controlado adotado pelo governo gaúcho marcaram videoconferência promovida nesta quarta-feira pela Federasul.

No encontro virtual Live Tá na Mesa, que reuniu o deputado federal Osmar Terra (MDB), o médico infectologista Ricardo Zimerman e dirigentes da entidade, especialistas em saúde contestaram a eficácia da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e defenderam maior testagem para aplicação na população. 

Ao falar no painel "Covid 19: erros e acertos", Terra citou o conceito de 'imunidade de rebanho' como solução para dar fim à pandemia. Ele afirmou que o anúncio da vacina está sendo explorado politicamente pelo governador de São Paulo, João Doria. Na avaliação do ex-ministro da Saúde, a vacina não pode ser 'feita às pressas' e tem que 'cumprir etapas' antes de ser aplicada na população. "Anunciar vacina chinesa com data para vacinação é uma temeridade, uma irresponsabilidade", afirmou. 

Mesmo que os testes da vacina chinesa sejam conduzidos desde julho pelo Instituto Butantan, Terra criticou a condução do assunto pelo governo paulista. "A vacina está sendo muito explorada pela imprensa e pelo governador de SP, que resolveu ser especialista e aparecer muito para resgatar popularidade".

O parlamentar afirmou ainda que a mídia colocou 'medo nas pessoas'. "Foi algo que eu nunca havia visto, o pânico que as pessoas ficaram. Era muito difícil qualquer pessoa contestar o que estava sendo feito, que era errado. A vida está mostrando que foi um erro, o lockdown, a quarentena", destacou.

Avaliação

Na avaliação de Terra, a condução das políticas públicas pelo governo do RS também é errada. "O governo cometeu e ainda comete erros com essa política de bandeiras que não tem sentido nenhum do ponto de vista científico", afirmou. Além de sugerir maior testagem para o novo coronavírus no Estado, Terra defendeu o retorno às aulas. "O Brasil caminha para o fim da epidemia, o RS também", frisou.

Zimerman ressaltou que opções de lazer devem ser consideradas para melhorar a qualidade de vida, mas garantiu que uso de máscara ao ar livre é desnecessário, na contramão do que recomenda a maioria das autoridades de saúde e da própria Organização Mundial da Saúde (OMS). "Máscara a gente pode usar em locais fechados quando a gente prevê principalmente contato com alguém potencialmente doente, mas não na rua, ao ar livre. Daí não faz menor sentido", afirmou o infectologista. 

Ele citou estudo chinês que reuniu 318 conjuntos de três casos ou mais da Covid-19 e cujo resultado apontou que nenhum deles ocorreu em local aberto. "Não faz sentido deixar de ir à praia, deixar de ter atividade ao ar livre, deixar de ter lazer, coisas que aumentam nossa resposta imune, que nos deixam menos deprimidos, fazem com que a gente fabrique vitamina D, cuja deficiência é fator de risco para a Covid-19", argumentou. Além dos prejuízos econômicos, ele afirmou ainda que a opção de governos pelo lockdown horizontal provoca aumento da mortalidade pela doença. 

"Mesmo com lockdown horizontal, os mais suscetíveis já morreram", observou. Sobre o desenvolvimento de uma vacina eficiente para a Covid-19, Zimerman ressaltou que é necessário bom tempo para se ter uma segura e eficiente. "O bom da (vacina) chinesa é que ela é pouco reatogênica, mas produz quantidade de anticorpos muito baixo, não agrega na imunidade de rebanho. Um indivíduo infectado talvez possa contrair de novo", destacou.

A presidente da Federasul, Simone Leite, voltou a ressaltar o impacto provocado pelo que considera fechamento prematura das atividades econômicas no Estado. Ela disse que as discussões sobre a Covid-19 não podem ser tratadas de forma leviana ou se transformar em disputa política. "Vivemos sistemática de bandeiras que impede muitos setores de trabalhar", frisou.

Felipe Samuel