A manhã de segunda foi de descanso para os integrantes das seis famílias (15 pessoas entre adultos e crianças) abrigadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Alvarenga Peixoto, na Ilha Grande dos Marinheiros. Sentado em um banco de madeira, o aposentado José Carlos da Conceição, morador do Beco 18, disse que perdeu tudo com a elevação da água. "Foi tudo muito rápido. Quando percebi os móveis estavam destruídos. Não restou nada", ressaltou
Mesma situação foi vivida por Suelen Soares e o marido Guilherme, residentes na rua João Inácio da Silveira, que pela primeira vez utilizaram o abrigo. Eles conseguiram colocar alguns móveis para o alto. No entanto, a família perdeu a cama, cobertores, fraldas e roupas das duas crianças. Ela levou o filho Adriel, de um ano, para consulta no posto de saúde. "Foi um susto porque a água chegou com muita força", recordou.
Na instituição de ensino, as famílias estão sendo amparadas pelos funcionários da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). No abrigo as famílias recebem quatro refeições diárias, e segundo Neiva Chaves, da equipe da Fasc, os desabrigados recebem toda a proteção até o momento que tenham condições de voltar para suas casas. O espaço foi limpo pelas equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), inclusive passou por desinfecção.
As equipes da Defesa Civil de Porto Alegre e da Fasc estão no abrigo 24 horas por dia acolhendo as pessoas e organizando os espaços para que seja respeitado o distanciamento social. Além das quatro refeições diárias, os desabrigados receberam cobertores, roupas e materiais de higiene. A escola possui dez salas de aula, cozinha, dois banheiros com chuveiro quente e uma sala administrativa. A coordenação da ação é de responsabilidade da Comissão Permanente de Atuação em Emergências (Copae).
Cláudio Isaías