Horas após confirmar que dois pacientes estavam internados no Rio de Janeiro com suspeita de EEB (encefalopatia espongiforme bovina), conhecida popularmente como doença da vaca louca, o INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz) descartou que os casos tenham relação com consumo de carne contaminada.
Em nota, o vice-diretor de Serviços Clínicos da instituição, Estevão Portela Nunes, afirma que, "considerando os aspectos clínicos e radiológicos", os pacientes estão sendo tratados "com suspeita da forma esporádica da doença de Creutzfeldt-Jakob". "Esta forma esporádica não tem relação com o consumo de carne", acrescenta.
De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, a DCJ (doença de Creutzfeldt-Jakob) também é uma encefalopatia espongiforme, mas mais comum do que a doença da vaca louca.
A forma esporádica é, segundo o guia, o tipo mais comum, representando 85% de todos os casos. "A DCJ esporádica geralmente afeta pessoas com mais de 40 anos de idade (média etária de cerca de 65 anos)." A doença da vaca louca é classificada como a forma adquirida. As duas são doenças neurodegenerativas raras e denominadas priônicas, por serem causadas por príons — formas modificadas de uma proteína presente naturalmente no organismo.
Os sintomas incluem demência, mioclônica (espasmos e contrações musculares) e outros déficits no sistema nervoso central. A morte geralmente ocorre entre quatro meses e dois anos após a infecção, a depender da modalidade e do subtipo da DCJ. O tratamento é apenas de suporte.
R7