Via Facebook, centenas de frequentadores dos bares fechados organizam eventos nas ruas da Cidade Baixa para o final de semana, já que não há previsão para reabertura dos estabelecimentos. Depois de repetidas reclamações de moradores sobre a aglomeração de pessoas nas ruas, a Brigada Militar solicitou à Smic que fossem interditados os bares Cachorro do Hélio, Skina’s Bar, Garibaldi, Bar do Sandro e Villa Acústica, além do Mercado Estrela e da loja de conveniências de um posto de combustíveis.
O principal ponto de discórdia é a venda de bebidas alcoólicas mais baratas que nos demais bares da região, onde uma garrafa de cerveja popular chega a custar R$ 12. O lucro dos bares interditados incomoda, também, os demais comerciantes da Cidade Baixa. O presidente da Associação dos Comerciantes do bairro, Moacir Biasibetti, diz que os estabelecimentos precisam se adaptar à mudança do perfil do público, mais disposto a consumir dentro dos bares e a pagar mais caro por cervejas especiais. “Têm que se adequar, não vender bebida na rua e não fomentar esse tipo de comércio que incomoda os moradores. A comunidade está revoltada com o que acontece ali. Eu acho que existe um grande público procurando produtos diferenciados e cervejas especiais que chegam a até R$ 25, na Cidade Baixa”, afirma o comerciante, que também é morador da região. Além do barulho durante as madrugadas, a Associação Comunitária de Moradores do bairro denuncia que as ruas são usadas como banheiros a céu aberto, já que os bares não oferecem estrutura suficiente para o número de clientes.
Os responsáveis pelo bar Garibaldi divulgaram o texto de uma notificação da Smic entregue durante a interdição, que responsabiliza o bar por churrascos e festas de pagode que seriam realizadas em outros locais. Eles reúnem provas de improcedência das denúncias para tentar reabrir o estabelecimento. Os comerciantes de todos os locais interditados alegam que têm documentação em dia com a Prefeitura e, inclusive, já haviam recebido autorização para reabrir após outras operações relacionadas à proteção contra incêndios.
Bibiana Borba / Rádio Guaíba