Segundo Ritter, tudo isso foi realizado por uma instituição filantrópica que goza de recurso públicos por meio de isenções fiscais. "A população gaúcha precisa saber que os trabalhadores demitidos desses dois setores são técnicos. Eles são especialistas na execução das suas atividades que não podem ser executados sem um alto grau de conhecimento. Sem higienização e nutrição adequadas, os pacientes correm risco de vida", acrescentou.
Ritter afirmou ainda que o sindicato lutará para combater a terceirização na área da saúde. “São pessoas que deveriam ter estabilidade. É uma demissão em massa, mas o hospital não quebrou e não está falido. O hospital recebe recursos públicos, é filantrópico, não pode simplesmente tomar uma iniciativa dessas com os trabalhadores”, comentou o presidente do Sindisaúde.
A direção do Hospital Mãe de Deus não quis se manifestar sobre o protesto realizado pelos funcionários demitidos. Em nota divulgada na quarta-feira, a instituição de saúde afirmou que a "adoção do novo modelo de gestão tem por princípio a busca constante pela melhoria dos serviços prestados pelo Hospital Mãe de Deus, o único do sul do Brasil duplamente certificado pela Joint Commission Internacional (JCI) e pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) em nível máximo de excelência. Os serviços de nutrição e limpeza serão confiados a duas das maiores empresas prestadoras desses serviços no Brasil, Sodexo e Manserv, respectivamente, com expertise em auxiliar importantes instituições de saúde a oferecer a melhor experiência aos pacientes".
No texto, a Associação Educadora São Carlos (AESC), mantenedora do Hospital Mãe de Deus, "prevê implantação de uma agenda estratégica e de fortalecimento da cultura institucional voltada à qualidade, segurança e eficiência no cuidado do paciente, reforçando seu compromisso com a saúde de forma integral. Tal intenção também se traduz em ações na saúde pública, como a abertura do Hospital Santa Ana em Porto Alegre, estrutura fruto da parceria da AESC com o Município e o Estado, criada para acolher, prioritariamente, pacientes do SUS egressos dos hospitais de alta complexidade, emergências e pronto atendimentos da Capital. Ao todo, serão oferecidos 209 novos leitos, sendo 10 leitos para cuidados intensivos, incluindo um Centro Especializado em Reabilitação Auditiva e Intelectual, para atendimentos ambulatoriais. Além de dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) na Capital. Totalizando para esta nova operação cerca de 500 novas contratações".
Cláudio Isaías