Em meio à polêmica, o diretor-presidente da Fundação, Jackson Müller, assinou a determinação. Agentes do órgão foram até o Pampas Safari, na tarde desta quinta-feira, para determinar o adiamento do sacrifício dos ruminantes. Mesmo que o Ibama, órgão federal, tenha decretado o abate, Müller sustenta que a medida não precisa ser cumprida, uma vez que a FMMA é o órgão licenciador do parque.
Em contrapartida, o Ibama reforça que a prefeitura não é autônoma para se sobrepor a uma legislação federal. O Ibama garante ter controle sobre animais exóticos e defende que o abate seja realizado para evitar que humanos e animais saudáveis sofram o contágio. Além disso, o Instituto federal alega que a carne de cervo chegou a ser vendida pelo parque como alimento exótico, colocando em risco a saúde humana. Cabe ao Parque Pampas Safari atender a uma das determinações.
O primeiro caso de tuberculose em animais do Pampas Safari ocorreu em 2007, em búfalos, conforme o Ibama. Em 2012, diante do descontrole da doença em camelos, lhamas, zebras e cervos, o Instituto interditou o parque. Os responsáveis foram multados em R$ 300 mil à época, mas meses depois obtiveram autorização para reabrir o espaço.
Relatórios de responsáveis técnicos foram entregues em 2013, supostamente comprovando o controle da doença. Denúncias posteriores mostraram o contrário. Em 2016, o Ibama recebeu denúncia de um ex-funcionário do local afirmando que a tuberculose havia saído de controle no Pampas Safari. Com isso, o Ministério Público Federal determinou o fechamento definitivo, no ano passado. A reportagem procura os responsáveis pelo parque, mas ainda não os localizou.
Lucas Rivas / Rádio Guaíba