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Verão

Especial

Grupo protesta contra instalação de aterro sanitário no Centro de Viamão

Local, que ficaria no Passo da Areia, receberia resíduos de até 28 cidades da região Metropolitana

| Foto: Guilherme Almeida

A localidade de Passo da Areia, distante 13 quilômetros do Centro de Viamão, há cerca de dois e meio convive com a ameaça de instalação de um aterro sanitário na localidade. No domingo pela manhã, um grupo de moradores e ambientalistas resolveram se manifestar contra a instalação do empreendimento, que se concretizar, poderá receber resíduos de até 28 municípios da região metropolitana, ameaçando o meio ambiente local, em especial os mananciais que abastecem o Banhado Grande, na bacia hidrográfica do Rio Gravataí. O ato, realizado na Estrada Acrísio Martins Prates, abordou motoristas que passavam no local, com faixas, cartazes, panfletos e adesivagem de veículos para conscientizar sobre o problema.

No final do ano passado, o Movimento Não ao Aterro Não ao Lixão obteve uma vitória parcial, que com a revogação da certidão de viabilidade do lixão. Mas no dia 15, por 12 votos a 9, em sessão extraordinária da Câmara Municipal, foi aprovado o projeto de lei, de autoria do Poder Executivo, derrubando a obrigatoriedade da realização de audiências públicas e de aprovação legislativa para a instalação de empreendimentos de aterro sanitário, reciclagem e manuseio de lixo doméstico, comercial ou industrial em Viamão. “Estão querendo patrolar os prazos, trâmites legais e a participação popular”, denuncia Ilete Citadin, do Movimento Não ao Lixão.  

O agricultor Eli Fraga, 71 anos, vizinho do futuro empreendimento, se diz preocupado com a qualidade da água que ele usa na propriedade. “Eu tenho poço. Descobri o ‘lixão’ há dois anos e meio. Ninguém falava nada. Não precisamos deixar isso acontecer”, revela Fraga. “Moro há 45 anos aqui. A população de Viamão vem pra cá beber água de vertente e respirar ar puro. Com o ‘lixão’ serão 1.500 toneladas de lixo por dia depositados em 50 hectares aqui”, se queixa outro proprietário rural, Ruben Schultz, o Magrinho, que tem 71 anos de idade também.

A luta contra o aterro sanitário regional em Viamão iniciou em 2019, quando a Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA) iniciou as tratativas com a prefeitura do município para implementar o empreendimento. Entretanto o local escolhido é de grande impacto ambiental por conter algumas nascentes do Rio Gravataí e por atingir uma comunidade indígena, as unidades de conservação do Lami e Itapuã e um cinturão de produção de alimentos feitas em pequenas propriedades de agricultores familiares. Inclusive 30 delas com certificação orgânica. Também é uma área considerada rica em biodiversidade.

Os representantes da empresa e da Prefeitura de Viamão não foram localizados para se manifestar sobre a instalação do empreendimento.

Gabriel Guedes