Vestida de verde e amarelo, com a bandeira do Brasil em uma mão e a bengala de apoio na outra, Matilde estava acompanhada de sua amiga, a aposentada Raquel Petri do Nascimento. Segundo ela, a condenação foi o seu presente de aniversário de 100 anos adiantado. “Estou comemorando isso aí, para mim é feriado nacional! É meu presente que estou festejando”, declarou Matilde.
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Ela disse que ficou muito feliz com a notícia, pois, para ela, o Brasil se livrou do “maior ladrão da história”. “Ele (Lula) deixou o país na miséria que está agora, por isso tenho ódio. Eu inclusive ajudei a derrubar a Dilma, estive aqui (Parcão) em todos os protestos”, ressaltou. Matilde afirmou que a história do Brasil nos últimos 100 anos ela conhece muito bem.
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Nascida em 29 de agosto de 1917, destacou que a situação do País vem piorando desde quando Getúlio Vargas assumiu a presidência. Para ela, o último político que representou bem o Brasil foi Washington Luís. “Getúlio foi um péssimo presidente, não pensou em benefícios para ninguém. E desde então, os presidentes não fazem nada para o bem do Brasil. As coisas só estão piorando”, opinou.
Matilde disse que o presidente Michel Temer está agindo corretamente com as Reformas Trabalhista e da Previdência. “Não adianta fazer coisa sem ter dinheiro, ninguém teve coragem de fazer isso antes”, afirmou. Mesmo assim, ela reforça: “eu sabia que ele não era honesto desde o começo, quem esteve ligado ao Lula nunca foi. Isso não me surpreendeu nem um pouquinho, isso eu já sabia que ele era ladrão também”, acrescentou.
Mesmo com o cenário atual, Matilde acredita que existem políticos honestos, mas admite que é difícil saber quem são. “Acho que o Brasil não tem mais jeito, não adianta ter esperança. Um bom candidato para 2018 devia ser o João Dória (prefeito de São Paulo). Faço questão de votar em todas as eleições, acho que somente ele poderia ajudar o País agora”, enfatizou.
Aos 99 anos, Matilde não teve filhos e, obviamente, não deixará netos. A escolha, segundo ela, foi por conta das condições do Brasil. “Olha como está nosso País. Eu vou morrer sossegada por não deixar ninguém vivendo neste horror. Se eu tivesse um filho e netos, eles seriam explorados por toda essa corrupção. O futuro é tenebroso. A única saída é o aeroporto”, declarou.
Jessica Hübler