Localizada na rua Santo Antônio, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, uma casa chamou a atenção da ilustradora Carolina Porfírio, que fazia buscas pela plataforma Airbnb para encontrar um local que pudesse se hospedar na capital gaúcha. O grande problema é que a casa, conhecida como "Dopinho", foi utilizada como centro de tortura na ditadura militar entre 1964 e 1966 — o que não era informado pelo Airbnb. Após o caso viralizar nas redes sociais, a plataforma Airbnb retirou o imóvel do catálogo de aluguéis enquanto "avalia o caso".
"Fomos procurar outro com um preço acessível e encontramos um ótimo, preço bom, localização boa e o lugar era lindo", diz uma parte da sua publicação no Twitter. O aluguel diário do imóvel estava por R$ 700. Na mesma publicação, feita em 2 de agosto, Carolina conta que um comentário que havia no então anúncio do imóvel já tinha chamado sua atenção. Nele, uma pessoa que já havia se hospedado no local comentou que a casa "era um lugar pesado".
Cancelaram nosso airbnb de POA no dia da CCRS. Até ai tudo bem.
— Kaol Porfírio | NA CCXP22 (@kaol_) August 2, 2022
Fomos procurar outro com um preço acessível e encontramos um ótimo, preço bom, localização boa e o lugar era lindo...
Se vc excluir que naquele lugar era um DOPINHO!
(nao, nao é informado isso no anuncio do airbnb) pic.twitter.com/dxU515EtRO
Uma placa instalada na frente do imóvel informa que o imóvel foi o "primeiro centro clandestino de detenção do Cone Sul. No número 600 da rua Santo Antônio funcionou estrutura paramilitar para sequestro, interrogatório, tortura e extermínio de pessoas ordenadas pelo regime militar de 1964".
Ao Correio do Povo, a plataforma confirmou que as reservas no imóvel foram desativadas por tempo indeterminado enquanto "avalia o caso".
Confira a nota na íntegra
"O Airbnb desativou a referida acomodação para reservas enquanto avalia o caso. O Airbnb tem regras e políticas que determinam como a comunidade deve usar a plataforma para criar uma experiência em que as pessoas se sintam em casa em qualquer lugar e está comprometido a aplicar suas políticas para proteger a comunidade".
Correio do Povo