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Verão

Especial

Inverno pode aumentar hospitalizações nas próximas semanas no RS, alerta especialista

Chegada da estação pode provocar agravamento do sistema de saúde que já opera próximos dos 90%

Taxa de ocupação em leitos de UTIs adultos em Porto Alegre, nesta terça-feira, foi de 110,39% | Foto: Ricardo Giusti

Com estabilidade em patamar alto, o sistema hospitalar do Rio Grande do Sul pode sofrer nas próximas semanas um aumento no número de hospitalizações em decorrência de doenças respiratórias provocadas pela chegada do inverno. Nesta quarta-feira, o comprometimento das UTIs era de 86,1%, com apenas 481 leitos livres. 

A infectologista e epidemiologista do Hospital Nossa Senhora do Conceição, Carina Guedes Ramos, alerta que, mesmo com a vacinação contra a Covid-19 em andamento, é preciso "cautela" na flexibilização dos protocolos. "As pessoas não devem se expor à toa. A nossa vida ainda não voltou ao normal", alerta ao apontar uma elevação das internações em leitos clínicos e de UTIs na segunda quinzena de maio.

"O que a gente vê com a abertura do comércio é que talvez as pessoas não tenham recebido a orientação correta. Não é para circular normalmente no shopping, durante o fim de semana, com toda a família. É preciso usar os serviços com certa cautela, passar álcool em gel e usar máscara, além de evitar ficar muito tempo em locais fechados", observa.

Mesmo com a vacinação em andamento, Carina avalia que o RS já está enfrentando uma nova onda da pandemia, o que pode agravar os problemas do sistema de saúde, que já opera com capacidade máxima no inverno. "Todo mundo está vendo os números subir, pressentindo o pior, mas espero que dessa vez a gente não precise chegar ao colapso", destaca. "Todo mundo cansou da pandemia, mas a pandemia não cansou da gente", completa.

Com base em dados analisados diariamente, a especialista avalia que o Estado está entrando "em uma quarta onda" da pandemia. Carina destaca o número elevado de casos confirmados, suspeitos e de óbitos nas últimas três semanas, o que reforça a preocupação com a possibilidade de aumento de internações.

"Apesar disso, não quer dizer que essa nova onda seja tão ruim quanto a última", esclarece. "Estabilizamos em um patamar alto. A gente se acostumou com uma estabilização ruim, pois todo dia temos ao menos um óbito no hospital por Covid-19", afirma.

RS chega a 30 mil vidas perdidas pela Covid-19

O Rio Grande do Sul registrou, nesta quarta-feira, mais 130 mortes por conta do coronavírus, elevando o total para 30.032 óbitos desde o início da pandemia. Somente na primeira quinzena de junho, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) contabiliza 1.315 vítimas fatais.

De acordo com informações do Comitê de Dados da SES, em uma semana, a média móvel diária de óbitos apresentou elevação de 12,8%, passando de 105, em 9 de junho, para 117,3 no dia 15 de junho, o que mantém pressionado o sistema de saúde do Estado.

As internações em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) apresentavam estabilidade nesta quarta-feira em relação à véspera, com 86,4% ocupados e 2.981 pacientes em estado grave. Atualmente existem 3.451 leitos de UTI, 34 a mais em relação a 6 de junho, quando havia 3.417.

As hospitalizações em decorrência do coronavírus representavam 61,7% do total, com 1.839 casos confirmados para a doença. De acordo com informações do Comitê de Dados da SES, a média móvel de casos confirmados e de óbitos no Rio Grande do Sul se mantém com "expressiva elevação" nos últimos dias.

Conforme o comitê, o RS apresentava taxa de mortalidade acumulada de óbitos 264 por 100 mil habitantes. Os leitos privados operavam com 96,3% de ocupação, equivalente a 886 pacientes, enquanto os leitos SUS tinham 82,8% de lotação, ou seja, 2.095 hospitalizações.

Em Porto Alegre, com 801 pacientes em UTIs, a taxa de ocupação geral apresentava estabilidade com 87,25%. Do total, 381 tinham diagnóstico de Covid-19. Cinco hospitais operavam com capacidade máxima ou acima: São Lucas, Mãe de Deus, Cristo Redentor, Pronto Socorro e Restinga.

Feliipe Samuel