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Verão

Especial

Jovem viaja pela América do Sul a bordo de um fusca e na companhia do seu cão

Na sua bagagem só vai o básico; algumas bermudas, camisetas, fogareiro, panelas

Dodongo, um fusca 1978 branco, 1.300cc, e o Golden retriever Shurastey | Foto: Mauro Schaefer
Jesse Koz, 25 anos, um dia resolveu por fim à monotonia de sua vida. Abandonou, sem arrependimento, o emprego de sete anos como vendedor em um shopping em Camboriú. Preparou o Dodongo, um fusca 1978 branco, 1.300cc, sobre o qual instalou uma barraca, e convocou seu inseparável parceiro, hoje com dois anos, Shurastey, o irrequieto e dócil cão da raça Golden retriever (Grã-Bretanha). O dia foi 6 de maio de 2017 e o destino, o que veio pela frente do Dodongo nas estradas da América do Sul.

Cenários, histórias e momentos vividos no Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile entraram fazem parte agora das boas memórias de Jesse. “Fui até Ushuaia, na Argentina, a última cidade do fim do mundo”, disse, onde enfrentou temperaturas desafiantes. A província da Terra do Fogo se caracteriza por ventos fortes e frio maior ainda.

E na Argentina seu Fusca não suportou as diferenças. “O motor quebrou, fiquei 10 dias esperando peças”, lembrou. Mas esse tipo de problema foi muito bem compensado. “Valeu cada minuto da viagem em todos os países. Encontrei hospitalidade, humanidade e pessoas que me ajudaram exatamente no momento em que eu precisava, isso é muito importante”, disse.

Sua viagem se encerrou em agosto do ano passado, quando chegou em Foz do Iguaçú. No final das contas o Dodongo devorou 15 mil quilômetros. Os pneus não foram trocados e são os mesmos que enfrentarão o novo desafio de Jesse: no dia cinco de fevereiro próximo entrará em rodovias até o Estado do Pará. Mas quer, depois, seguir rumo à Bolívia junto com Shurastey, claro.

Natural do Paraná, Jesse agora se encontrou em sua busca. “Eu era infeliz do jeito com que levava minha vida e a minha história. Estava cansado. Decidi mudar tudo, e estou bem. Enfrento agora outros desafios que me fazem bem”, comentou, sob a sombra das árvores do Parque Moinhos de Vento, onde esteve na tarde de ontem e chamou a atenção de pessoas, tanto pelo Fusca como pelo Shurastey.

Em sua nova missão o viajante leva alguns souvenirs para vender, entre os quais várias canecas de louça, embaladas em caixinhas de papelão, com imagens das paisagens da sua viagem anterior. “Preciso comprar gasolina e me manter”, disse. Jesse está tentando patrocinadores. “Tenho mantido alguns contatos, aguardo retorno”, observa.

Na sua bagagem só vai o básico. Algumas bermudas, camisetas, fogareiro, panelas, e poucas coisas mais. Seu périplo tem sido um sucesso nas redes sociais. “Mais de 50 mil pessoas, ao todo, me acompanharam pelo Instagram, no ano passado”, conta. Shurastey fica no espaço onde seria o banco de trás, com cinto de segurança. Na média, Jesse roda com o seu Fusca, cerca de 400 quilômetros por dia. Dificilmente sua máquina passa dos 80km/h. “Isso tudo me faz dar mais valor as pessoas”, resume.

Heron Vidal