Acostumada com reclamações relativas ao pagamento dos servidores, a Associação dos Salva-vidas Militares do RS (Asavime) alerta que a falta de guarda-vidas e a desmotivação por falta de pagamento podem trazer riscos aos veranistas. “Chega num determinado ponto que fica inviável se manter nessa situação, pois afeta a família. Dezesseis profissionais não conseguiram se manter com recursos próprios e desistiram”, contou o presidente da Asavime, Fábio Eduardo Spohn, salientando que já foram substituídos.
Os militares que aceitaram o desafio de atuar como guarda-vidas no Litoral deveriam receber diárias de R$ 122,99. Sem o pagamento destas, os profissionais conseguiram contar com o apoio dos administradores de algumas pousadas, que aceitaram negociar a partir de um “acordo de cavalheiros” o pagamento da estadia. “Estão alugando pousada no Litoral e conseguindo segurar no fio de bigode. Muitos dizem que vão pagar quando entrar o dinheiro”, destacou Spohn.
Apesar de reconhecer que este ano há limitadores para o pagamento das diárias, com a crise econômica enfrentada pelo Estado, Spohn ressalta que as dificuldades se acentuaram. “Só depende do aval do governo, mas temos a informação de que não tem dinheiro”, afirmou o presidente da associação de classe.
Sefaz ainda estuda como quitar diárias
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o planejamento para o veraneio foi concluído e encaminhado à Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), responsável por determinar o empenho dos recursos. Por sua vez, a Sefaz informou, através de nota, que mesmo com recursos previstos para as diárias dos guarda-vidas que estão em treinamento, está em estudo como quitar o primeiro mês de trabalho.
A instituição está avaliando a situação e deverá divulgar nesta quarta-feira uma data para colocar em dia as diárias. A Sefaz acrescentou “ser importante observar que ainda restam R$ 210 milhões para quitar a parte líquida dos salários de outubro”.
Felipe Samuel