De acordo com o supervisor de operações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Adelino Lopes Neto, os incêndios revelam o mau uso do contêiner, destinado apenas para lixo orgânico. “Material orgânico não pega fogo. Portanto, alguns equipamentos só foram incendiados porque continham lixo seco dentro”, afirmou. Conforme o supervisor, o excesso de material registrado nos primeiros dias diminuiu gradativamente.
Um dos problemas enfrentados agora envolve a localização do contêiner. “Eles são deslocados especialmente pelos flanelinhas para abrir vagas de estacionamento. O resultado é que os carros acabam impedindo o correto funcionamento do recolhimento do lixo”, frisou. O DMLU avalia a localização de contêineres colocados em calçadas que ficaram com pouco espaço para circulação de pedestres.
Com pouco mais de 40 dias do início da operação, o DMLU acredita que a aceitação dos moradores vem aumentando. “O aspecto do Centro Histórico nos fins de tarde ou nos domingos é o melhor símbolo dessa modernização que trouxemos para Porto Alegre. Três mil metros cúbicos de lixo desapareceram das calçadas”, afirmou.
Segundo Lopes Neto, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) confirmou que os bueiros estão entupindo menos graças à implantação do sistema. Os varredores também já perceberam uma quantidade menor de lixo para recolher. Ele informou ainda que o número de reclamações diminuiu gradativamente. “Começamos atendendo mais de 200 por dia e hoje são menos de 20, o que demonstra a tendência de rápida normalização das rotinas”, completou Lopes Neto.
Atos de vandalismo
Os 1,1 mil equipamentos estão presentes em 13 bairros de Porto Alegre, desde o dia 12 de julho. Dois contêineres foram queimados menos de três dias após a implantação do novo sistema de coleta. Seis sofreram danos em uma única noite. No último dia 3, outros dois coletores foram alvo de vândalos. Três dias depois, mais seis contêineres da coleta automatizada foram atacados. Até agora, seis precisaram ser substituídos – quatro por vandalismo e dois por acidentes de trânsito.
Marcos Koboldt / Correio do Povo