Coloridas, de bolinhas ou quadradinhos, com tecido jeans, do Grêmio ou do Inter, as máscaras, por força de necessidade, caíram no gosto dos gaúchos. Se antes já era praticamente um dever utilizá-las, para evitar que o novo coronavírus se espalhe ainda mais, desde esta segunda-feira, com a publicação do novo decreto de distanciamento social pelo governo do estado, o uso do equipamento de proteção passou a ser obrigatório.
Mas basta andar por Porto Alegre e algumas outras cidades para conferir que seu emprego já está alta. São poucas pessoas nas ruas que a deixam de utilizar. E quem deixa, acaba sofrendo também transtornos, que vão desde não conseguir pegar um transporte público até mesmo entrar num supermercado, por exemplo.
O motorista de aplicativo Wagner Pires, de 34 anos, estava na rua desde às 6h desta segunda-feira. Até às 9h15min, ele tinha feito oito corridas. Destas, em duas os passageiros estavam sem. “Eu sempre uso a minha. Cansa um pouco de usar, mas não dá para errar”, conta.
Para estes descuidados ou desavisados, Everton Lopes, dono de uma pequena loja e banca de revistas no calçadão da Rua Uruguai, no Centro, tem uma solução. Ele está vendendo máscaras desde o dia 28 de abril. “Vendo umas 25 delas por dia. Muita gente compra porque esqueceu e aí não pode entrar no comércio ou em bancos. Mas é o jeito que temos com este vírus para que a nossa economia volte ao normal”, acredita.
Entretanto, apesar do uso bastante notável da máscara, a secretária Mariane Guimarães, 42, era uma das poucas que tinha conhecimento da determinação do governador Eduardo Leite. “Eu uso desde o início. Assim eu acho que fico mais protegida. Vai ser boa esta lei”, afirma a moradora do bairro Menino Deus.
No sábado, ao informar em um vídeo no Facebook, Leite disse que está confiando a sua determinação “na sociedade como apoiadores desta medida, deste novo comportamento, para que assim seja possível reduzir o avanço do coronavírus". As máscaras evitam que gotículas sejam dispersadas pela boca e nariz, bem como aerossóis contendo partículas do novo coronavírus. Por isso a sua importância no combate à doença.
Gabriel Guedes