Mesmo com a escassez de chuvas em Porto Alegre, os níveis do Guaíba seguem com poucas alterações no último mês. Nesta segunda-feira a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) registrou 69 centímetros de volume de água, o que é considerado satisfatório tanto para navegação quanto para captação. Durante o fim de semana o registro variou entre 60 a 89 centímetros, ainda avaliado como positivo, já que a preocupação maior é quando o nível chega a 30 centímetros.
Com águas mais baixas é comum a interferência das algas, que prejudicam a qualidade da água captada e distribuída. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) diz que o problema não foi identificado até o momento, o que não impediu moradores de diversos bairros de reclamarem do gosto da água que consomem. Os problemas têm se concentrado em bairros da zona Norte e do Centro da cidade.
Na avaliação do Dmae, sem a identificação de floração de algas, ainda não foi necessário que se tome medidas mais “incisivas”, como o uso do carvão ativado. O produto é utilizado no pré-tratamento da água quando as algas interferem na qualidade da água. O Departamento afirma que, mesmo sem registros de floração, está em estado de alerta e tem tomado medidas cautelares e “intensificando seus monitoramentos.”
O órgão afirma que realiza três mil análises diárias, mas explica que que casos pontuais relacionados ao cheiro e ao gosto podem acontecer, e estes precisam ser comunicados através do telefone 156. Nestas situações os técnicos do órgão verificam no local qual o problema que pode causar mau cheiro e gosto ruim na água.
A projeção da SPH é que com a mudança na direção dos ventos o volume de águas caia nos próximos dias, como explica o chefe de divisão da Superintendência, Reinaldo Gambim. “A projeção é de ventos do quadrante Leste e Nordeste nos próximos dias, o que provavelmente reduzirá os níveis do Guaíba.” Apesar disso, ele afirma que o caso ainda não é preocupante, a não ser que ocorra uma “grande estiagem.
Eduardo Amaral