Uma moradora de rua, que não quis se identificar, e que circulava pela praça disse que está no local há três dias e que não tem para onde ir. Ela montou uma "casa" na frente da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, na avenida Duque de Caxias. No local, foi possível encontrar colchões e cobertores deixados pelos moradores para secar em um dos canteiros da praça. Moradora da rua Espírito Santo, a aposentada Maria de Lourdes Severo disse que percebeu um aumento da população de rua na praça nos últimos dias. "É um lugar bonito que não pode ficar nesta situação", opinou.
A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) esclarece que a fundação e o Consultório de Rua mantêm o acompanhamento das famílias. Algumas já estão relacionadas para o Programa Moradia Primeiro.Em maio, a prefeitura de Porto Alegre apresentou o Plano Municipal de Superação da Situação de Rua, que foi elaborado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e pela Fasc. O plano é composto por seis estratégias que envolvem a qualificação da abordagem, o programa Moradia Primeiro, a ampliação da Rede de Saúde Mental, o aumento da ofertas de oportunidades, a revitalização do Espaço Urbano e o monitoramento da assistência.
Um levantamento da prefeitura mostrou que diversos são os fatores que levam as pessoas para a situação de rua: apenas 5% dos moradores de rua da Capital estão na rua por opção e 50% deles moram há mais de cinco anos em locais públicos. Entre os motivos, 50% possuem problemas com o uso de drogas, 45% perderam os vínculos familiares e 5% possuem problemas graves de saúde mental. Nas abordagens da FASC e da Secretaria de Saúde são tratadas questões como o melhor encaminhamento e tratamento para as pessoas com problemas graves de saúde mental, dependência química e vulnerabilidade social.
Cláudio Isaías