Sócio proprietário da Churrascaria Barranco, uma das mais tradicionais de Porto Alegre, Ilmar José Tasca, 59 anos, faleceu na madrugada dessa segunda-feira. Chico Tasca, como era conhecido, jantava com um dos filhos, Rodrigo, quando teve um mal estar. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionada, mas o empresário faleceu no local, com suspeita de infarto. Uma autópsia confirmará a causa da morte.
Criado em 1969, estabelecimento famoso por receber políticos, empreendedores e jornalistas, o Barranco está localizado “subindo e descendo a Protásio”, como dizia slogan, se referindo à avenida no bairro Alto Petrópolis. Tasca dividia a sociedade com o amigo de longa data - e, hoje, inconsolável - Elson Furini e ambos fizeram do lugar um dos pontos de encontros mais reconhecidos da cidade, desde o mais informal “choppinho” até comemorações regadas a churrasco à la carte, pratos quentes e frios. A última aparição de Tasca no Correio do Povo foi em outubro deste ano, quando o Barranco recebeu o vice-presidente Hamilton Mourão na Capital.
O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha) lamentou o falecimento em suas redes sociais. “Chico era uma pessoa ímpar, de cordialidade, dedicação e talento incomparáveis, e sua história estará para sempre associada à boa gastronomia de Porto Alegre”. O deputado estadual Tiago Simon (MDB) considerou a partida do empresário “uma perda irreparável para todos nós. Nossos sentimentos à família e amigos e nosso desejo de fé no amor de Deus para superar este momento tão difícil”.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS) divulgou nota de pesar. “Uma pessoa incrível e que deixará grandes saudades em todos os profissionais do segmento e tiveram a oportunidade de desfrutar de sua agradável companhia. À frente de um dos restaurantes mais conhecidos de Porto Alegre, Chico Tasca demonstrou na prática o que é o empenho e valorização da gastronomia na Capital do RS”. A Associação Brasileira de Angus também se pronunciou, denominando o Barranco como “um dos mais respeitados restaurantes dos porto-alegrenses e com visitantes de diversas partes do Brasil e do mundo”.
O empresário era constantemente visto entre as mesas, confraternizando com os clientes. Horas antes de falecer, Tasca fazia uma das coisas que mais gostava: cuidar do Barranco, lugar onde trabalhava a até tarde, algo que se repetiu no último domingo. Nesta segunda-feira, o local que amava tanto não abriu as portas por motivo de luto. Ele deixa a mulher, Márcia, e dois filhos, Rodrigo, de 37 anos, e Vicenzo, 17.
Christian Bueller