Inventor do Aeromóvel, veículo de propulsão a ar considerado inédito no mundo, o empresário Oskar Coester, de 82 anos, morreu, na manhã desta terça-feira, em Porto Alegre. O empreendedor, que era técnico em mecânica e eletrônica, vinha se recuperando, em casa, de um AVC, e não resistiu a complicações decorrentes da doença. Nascido em Pelotas, ele deixa a esposa, quatro filhos e dez netos.
Em 1970, após a morte de Rubem Berta – presidente da Varig –, Coeste deixou a aérea e a passou a dedicar-se exclusivamente a um projeto próprio.
O desenvolvimento do Aeromóvel, com o qual ganhou notoriedade internacional, teve gênese ainda no fim da década de 1960, quando residia no Rio de Janeiro e tinha de se deslocar diariamente entre o Leme e o Aeroporto Internacional do Galeão. Coester percebeu que despendia mais tempo percorrendo 20 quilômetros em terra do que 1.124 quilômetros, de avião, entre o Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Em 1983, inaugurou a Linha Piloto, no Centro da capital gaúcha junto à orla do Guaíba, atraindo a atenção de especialistas do mundo inteiro.
Na Capital, porém, o projeto só consolidou-se em 2013 com o início das operações da linha que funciona junto ao Aeroporto Internacional Salgado Filho. O modal já transportou mais de 7 milhões de passageiros desde então. Hoje, dezenas de projetos semelhantes existem em 16 países, incluindo uma linha na Colômbia e uma no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Na Indonésia, o Aeromóvel opera desde 1989.
Conforme familiares, a despedida de Oskar Coester vai se dar em formato de carreata, às 19h, a partir da linha piloto, que nunca chegou a funcionar, na avenida Loureiro da Silva. Familiares e amigos se reunirão, respeitando os protocolos sanitários, para uma homenagem ao inventor do Aeromóvel. A cremação está marcada para as 10h desta quarta-feira, restrita à família, mas com transmissão pelo Crematório Metropolitano.
Rádio Guaíba