Além da cobrança pelo pagamento dos reajustes salariais, os educadores do município e do Estado contestaram projetos de lei contra a educação. Nas manifestações, os professores criticaram os parlamentares que tentam limitar a liberdade de expressão na sala de aula e instituir uma ideologia conservadora.
A diretora-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Solange Corrêa, disse que a educação de qualidade só pode acontecer com educadores que recebam reajuste salarial e que tenham condições de trabalho. No legislativo municipal, tramita o projeto de lei 124/2016, do vereador Valter Nagelstein (PMDB), enquanto na Assembleia Legislativa do Estado é discutido o projeto de lei 190/2016, do deputado Marcel van Hattem (PP).
A professora Rejane de Oliveira, do conselho geral do Cpers/Sindicato pediu a retirada do projeto de lei 44 pelo governo do Estado, devido ao temor pela possibilidade de interferência da iniciativa privada na educação pública. Segundo ela, o piso salarial do magistério está defasado em 69,44% não é pago e não há sequer uma proposta do Executivo para a categoria.
Conforme Rejane, a única forma de barrar os ataques do governo contra a educação pública é união de educadores, pais alunos e comunidade escolar. O protesto contou com a participação de estudantes do movimento Ocupa Tudo RS e do Comitê das Escolas Independentes, que ocuparam 158 escolas públicas em todo o Rio Grande do Sul. A greve dos professores do Estado completou ontem 46 dias.
Cláudio Isaías