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Verão

Especial

Pais: o desafio de criar o futuro

Aumento da inflação e recessão são fatores que preocupam ao pensar na criação das crianças

"A gente que tem filho monta um mundo para as crianças.” | Foto: Samuel Maciel
 Em meio às incertezas econômicas, os pais recentes estão reprogramando as expectativas e planos para a educação
dos filhos. Aumento da inflação e recessão são fatores que preocupam ao pensar na criação das crianças.
O Dia dos Pais deste ano tem tom de cautela, segundo o Coordenador do Núcleo de Contas Regionais da Fundação de
Economia e Estatística (FEE), Roberto Pereira da Rocha. Todos, mas principalmente os responsáveis pelas famílias, precisam pensar muito bem antes de assumir dívidas, em razão dos juros altos – a taxa Selic subiu para 14,25% ao ano – e pelos riscos de demissões. O desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre, por exemplo, chegou a 8,5% em junho, em seu quatro mês de elevação consecutiva.

O industriário Jean Henrique Fagundes Campos, 24 anos, aposta na educação como uma alternativa para essa e outras crises que possam vir. Ele estuda Engenharia Civil e quer que o filho Cássio, de apenas 10 meses, siga o mesmo caminho de buscar uma graduação. Para ele e a mãe do menino, Yaisa de Oliveira, 25 anos, o curso superior é um diferencial, assim como futuras qualificações e ambos vão estimular que a criança dê valor aos estudos.

“Nossas famílias são de concursados e isso também garante estabilidade. É um valor que queremos passar para nosso filho”, diz ele. Devido à instabilidade do país, o professor de Biologia Guilherme Braunstein, 29 anos, faz poupança para uma possível emergência e para garantir a segurança da filha Jasmin Braunstein, de 2 anos e quatro meses, e Nicolas, que está para nascer. Aliado a isso, mantém uma previdência privada, o que o ajudará a não depender dos herdeiros no futuro.

“Sempre planejei ter filhos e me preparei para isso. Entrei na faculdade com 19 anos, me formei, fiz mestrado e concurso”, conta ele, que é professor do município de Porto Alegre. A estabilidade no trabalho permite que ele  possa pensar no futuro. “Eu quero que eles estudem e façam cursos enquanto são jovens”, comenta. Esse plano ele não mudará e foi um valor já passado pelo pai dele na infância. “Apesar de só ter o Ensino Fundamental, ele sempre deu importância para os estudos e dizia que os livros eram investimento e não gasto. Isso eu quero passar
para os meus filhos.”

A alta dos preços diminui o poder de compra e ainda inviabiliza, muitas vezes, o pagamento de escolas particulares, cursos e atividades esportivas para as crianças neste momento por que passa a economia brasileira.
Porém, Rocha lembra que os brasileiros já viveram outros momentos de instabilidade, assim como de melhora da renda.

“É um momento que vai passar e também pode ser de aprendizado. Ter filhos é uma coisa maravilhosa e é bom estar confiante no futuro. O importante é que as famílias não sofram privações”, diz o economista. Ele tem dois filhos
em fases diferentes. O mais velho, com 21 anos, está na faculdade, e o menor, de 4, na creche. “Em todas as fases, vivemos determinados tipos de situação. Com o mais velho, é o momento de orientar sobre o mercado de trabalho. Com o menor, é a época de se preocupar com a saúde e o desenvolvimento”, constata.

Um mundo para as crianças

Este Dia dos Pais será especial para o técnico em enfermagem Marcelo Krinski de Paula, 37 anos. Ele e a mulher Priscila Avila, 30, comemoram a chegada dos gêmeos Joaquim e Davi, que nasceram no final do mês passado para complementar a família, que já conta com Lauren, 11 anos, e Laís, 5, filhas do primeiro casamento dele. Os bebês são fruto de uma gravidez planejada e realizada com inseminação artificial. Os pais sabem que já houve momentos instáveis na economia e não pautam suas vidas com base nas questões financeiras do Brasil. “Sempre esteve
difícil. A gente que tem filho monta um mundo para as crianças.”

Conforme ele, o mais importante é o amor e o carinho. “Tento sempre mostrar o lado positivo das coisas”, salienta, dizendo que ser pai “é a melhor coisa do mundo” independentemente de situações que o país e o Estado vêm passando. Por enquanto, ele e Priscila se revezam no cuidado dos meninos, que ainda estão no CTI Neonatal do
Hospital Mãe de Deus, pois nasceram prematuros. O pai trabalha na mesma instituição e, por isso, consegue ficar  próximo dos meninos. Parte do Dia dos Pais deste ano deve ser passado no setor, mas nada impede a alegria de
estar com os filhos.

Karina Reif