person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Placa lembra que Palácio da Polícia serviu como local de tortura

Ato assinalou o prédio que foi sede do DOPS/RS, entre 1964 e 1982

Placa foi instalada na calçada | Foto: Cristine Rochol / PMPA / Divulgação / CP
Uma placa instalada nesta quarta-feira na calçada do Palácio da Polícia, em Porto Alegre, lembra que o local serviu para prisões e torturas, durante a Ditadura Militar. Entre 1964 e 1982, centenas de pessoas foram aprisionadas no segundo andar do prédio, localizado na avenida João Pessoa. Ali, funcionou o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS/RS). Apesar de as estruturas físicas do prédio terem mudado nas últimas décadas, ainda é possível localizar uma das salas onde eram aplicados métodos de tortura como o choque e o pau de arara. 

João Carlos Bona Garcia, um dos perseguidos políticos, ficou aprisionado no Dops no início do ano 1970. Tendo em vista as condições subumanas a que foi submetido, ele não tem precisão sobre quantas semanas ou meses sobreviveu na masmorra. "Numa mesma cela, vivíamos nuns 15 ou 20. Tinha apenas um colchão onde apoiávamos a cabeça", conta. Ao visitar o prédio hoje, se disse emocionado, mas revelou não guardar mágoas. “Por outro lado, vejo que é muito importante resgatar esta memória para que outras pessoas possam sempre decidir pela democracia e pela liberdade”, diz. Após a sua prisão no Rio Grande do Sul, Bona Garcia foi levado para o Rio de Janeiro e depois exilado no Chile, já despatriado.

Placas semelhantes a instalada na frente do Palácio da Polícia devem ser colocadas em outros 15 lugares como na Ilha do Presídio no Guaíba, no Cais Mauá, Presídio Central, 2ª Delegacia de Polícia, Hospital Geral do Exército. O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, diz que as placas ajudam a relembrar dos episódios marcados pelos anos de chumbo. “Cerca de 70% da população atual do Brasil nasceu depois do golpe e não viveu esta tragédia. Ao reunir estas memórias, queremos ler o presente e projetar o nosso futuro”, diz. O projeto Marcas da Memória, coordenado pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos, já instalou placas na Escola Estadual Paulo da Gama, no bairro Partenon, e no antigo quartel da Polícia do Exército, na Praça Raul Pilla, na avenida Salgado Filho. 

Cíntia Marchi