* Com informações de Samantha Klein / Rádio Guaíba
O grande volume de pessoas que esperavam atendimento em postos de saúde de Porto Alegre chamou a atenção nesta segunda-feira. No Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), os pacientes ficaram ao sol, em fila única, esperando atendimento.
Os servidores do local alegam que a redução de pessoal, agravada pela pandemia, tem precarizado o serviço disponibilizado. “Os profissionais estão exaustos, sem férias, em regimes de plantão estafantes”, pontua o diretor do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Alberto Terres.
Nesta segunda-feira, o PACS contava com apenas dois médicos e dois técnicos em enfermagem disponíveis na tenda Covid, garantiu. Na sexta-feira, a situação era semelhante. Segundo João Ezequiel, que também é diretor da entidade, mais de 20 pacientes com suspeita de Covid-19 foram mandados pra casa por falta de profissionais no local.
A mesma condição de filas foi registrado no posto de Saúde que atende ao bairro Bom Jesus, na zona Norte de Porto Alegre. No local, a população esperou em fila, em pé, na rampa de acesso à porta principal. Na região Central da Capital, a situação foi a mesma. No Posto de Saúde Modelo, os pacientes formaram uma fila que saiu do portão principal do local e se estendeu pela calçada rua Jerônimo de Ornelas. Na contramão, a procura por vacinação no Modelo foi baixa nesta segunda-feira.
Fila no Posto de Saúde Bom Jesus | Foto: Alina Souza
Profissionais do Postão da Cruzeiro prostestam
Trabalhadores da Saúde e funcionários do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) realizaram um protesto no começo da tarde desta segunda-feira. Em meio ao aumento de infecções por Covid e busca por atendimento e internação na Capital, também foi registrada a elevação do total de casos entre os funcionários do Postão. Conforme o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), desde o começo do ano, 22 servidores foram testados e, destes, 9 positivaram para o vírus e dois aguardam o resultado.
Além disso, há casos graves em atendimento no espaço para casos suspeitos de infecção pelo vírus. Outra reclamação é a falta de estrutura em alguns espaços do Postão. É o caso da própria tenda montada para a pandemia: em pleno verão, não há ar condicionado. Outro problema ainda mais grave é a situação de pacientes que aguardam remoção para leitos de UTI. São pelo menos duas pessoas que deveriam estar internadas em hospitais.
Os trabalhadores alegam ainda estar aguardando por resposta a pedidos de reuniões com o secretário da Saúde, Mauro Sparta. Dois ofícios foram encaminhados desde janeiro.
Em manifestação ao ato de hoje, a Secretaria da Saúde informou que “estão sendo feitos todos os esforços administrativos e operacionais para dar conta deste aumento de demanda, para que a população tenha o atendimento apropriado”. A Pasta garante que todos os servidores já receberam vacinação contra a Covid-19.
Ainda, na nota, explicou que a procura por leitos “é intensa e deve continuar neste ritmo por, pelo menos, duas semanas. A SMS sabe que os servidores estão empenhados e mesmo sobrecarregados estão dando o melhor de si”
Correio do Povo e Christian Bueller