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Verão

Especial

Praça da Alfândega terá patrulhamento reforçado após monumento ser alvo de vandalismo

Câmera de segurança estava fora de funcionamento e não flagrou momento que esculturas de Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana foram depredadas com tinta amarela no Centro de Porto Alegre

| Foto: Alina Souza

Uma câmera de segurança da prefeitura de Porto Alegre, próxima do monumento a Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana, estava fora de funcionamento e não conseguiu flagar a ação de vandalismo contra as imagens. Uma tintura amarela foi lançada sobre as cabeças e corpos das esculturas. A atitude dos vândalos causou indignação aos frequentadores do espaço público nesta quarta-feira. O comandante da Guarda Municipal de Porto Alegre, Marcelo Nascimento, reconhece as falhas, mas afirma que o patrulhamento na Praça da Alfândega está sendo reforçado.

“Vamos ampliar ainda mais o efetivo de dia, e principalmente à noite, no local”, promete. “Precisamos também da colaboração da população para auxiliar nas denúncias do vandalismo de depredação”. Tanto a Guarda Municipal quanto a Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMCEC) não sabiam da ocorrência até serem informadas pela reportagem do Correio do Povo.

Esta não foi a primeira vez que foram vandalizadas. Em 2017, uma tintura alaranjada foi colocada nos rostos das esculturas. Em outubro de 2007, o livro de bronze de três quilos que integrava a escultura de Drummond de Andrade foi furtado. Depois de encontrado e devolvido ao monumento, em março de 2015, Drummond de Andrade deixou de ler para o amigo Mario Quintana.

A estátua do escritor novamente virou alvo de vandalismo e o livro que estava em suas mãos desapareceu e até hoje não reapareceu. Em 2011, foi a estátua de Drummond que sumiu da Praça da Alfândega. Todos pensavam tivesse sido levada por ladrões, mas na verdade, houve uma falha de comunicação entre a Secretaria Municipal da Cultura e os responsáveis pelo projeto Monumenta, que retirou a escultura em bronze para conserto da base.

O Monumento à Literatura, como é conhecida a obra, foi criado por Eloisa Tregnago e Xico Stockinger e inaugurado em 2001, por encomenda da Câmara Riograndense do Livro. E desde lá a obra é visada por ladrões e vândalos, devido ao material utilizado: o bronze. Os poetas são representados em tamanho real. O gaúcho Quintana está sentado e olhando para Drummond, que é representado em pé, e que um dia teve um livro pregado em uma de suas mãos.

Limpeza

Por volta das 10h15min, uma equipe do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) chegou ao local e efetuou a limpeza com pano, água e solvente. As esculturas em tamanho real são de bronze, o que chama a atenção dos criminosos dado o valor agregado do material. O pintor Reinaldo Rosin passava pelo local e parou para observar a tinta no monumento. “Deveria ir para a cadeia quem faz este tipo de coisa. Infelizmente muitas pessoas acabam não dando valor”, desabafa. A tinta utilizada para as pichações, segundo ele, foi a PVA, facilmente retirada com água.

Amigas e turistas, a nutricionista Marta Castro e a professora Marly Ferreira são de São Bernardo do Campo (SP). Elas passaram em frente à escultura e Marly disse pensar que a tinta era naturalmente parte do monumento. “É muito deprimente e um desrespeito. A gente vem para cá e acredita que vai nos lugares e ver a cidade toda bonita. Estes são dois dos maiores poetas do país”, relatou Marta. A Secretaria Municipal de Cultura deslocou um técnico especialista para averiguar a situação da estátua dos escritores. “A SMCEC está analisando as providências adequadas a serem tomadas a fim de manter a integridade do monumento”, afirmou. O titular da pasta, Gunter Axt, afirmou que a pasta “segue mobilizada e empenhada em trabalhar pela recuperação dos nossos monumentos e espaços, contando com o apoio fundamental de todos os órgãos da prefeitura”.

Felipe Faleiro e Luciamem Winck