Integrantes do Movimento de Mulheres Olga Benario ocuparam, na manhã desta quarta-feira, o Paço Municipal de Porto Alegre, em função do desligamento da energia elétrica da Casa de Referência Mulheres Mirabal, desde a segunda-feira passada. O grupo reivindicou a religação imediata da energia e a regularização da Casa, que acolhe mulheres que sofreram violência doméstica. Para isso, solicitou uma audiência com o prefeito ou algum representante do governo.
Após a mobilização dentro da Prefeitura, as coordenadoras do Movimento foram recebidas pelo secretário adjunto de Planejamento e Gestão, Daniel Rigon, pela presidente da Fasc, Vera Ponzio, e representantes da Guarda Municipal e da Procuradoria Geral do Município (PGM). Depois da apresentação das demandas, o representante da PGM se colocou à disposição para solicitar a religação da energia. Em uma petição já anexada aos autos do processo de reintegração de posse do prédio usado pelo Movimento – que tramita na 5ª Vara da Fazenda Pública –, os procuradores do município dizem que “o desligamento de energia no local mostra-se desnecessário”.
A coordenadora da Casa Mirabal, Nana Sanches, considerou a reunião positiva, dizendo que, dessa vez, houve a possibilidade de diálogo, o que anteriormente não acontecia. “Há muito tempo tentamos dialogar com a Prefeitura e não obtivemos êxito. Além do religamento da energia, o secretário (Daniel Rigon) vai fazer uma visita às instalações da Mirabal para conhecer o trabalho feito no local”, relatou. A coordenadora ressaltou que só vai ser possível comemorar quando a luz estiver religada e a situação da Casa, regularizada.
Corte de luz afeta tratamento de criança com pneumonia na Casa
O corte de energia elétrica, sem aviso prévio, surpreendeu as coordenadoras do Movimento. Desde então, a Casa contou com a ajuda de apoiadores que compraram um gerador. A coordenação da Mirabal reforçou que a ajuda ainda insuficiente, sobretudo em função de uma criança com pneumonia que precisa fazer nebulizações periódicas, que dependem de energia elétrica.
Laura Gross / Rádio Guaíba