Começaram a ser vacinados contra a gripe, nesta segunda-feira, os profissionais da saúde de Porto Alegre. As imunizações iniciaram tanto para quem atua na rede pública quanto para os trabalhadores privados. Na terça-feira é a vez de começar a vacinar os idosos na Capital, mas isso não impediu que muitos procurassem ainda hoje os postos de saúde. Como quer evitar a circulação de pessoas de forma desnecessária para evitar a proliferação do Covid-19, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) autorizou que eles fossem vacinados.
Gilberto dos Santos Gomes, 82 anos, foi uma das pessoas que não quis esperar e garantiu sua vacina na manhã desta segunda no posto de saúde Modelo, no bairro Santana. De acordo com ele, desde que iniciaram as vacinações contra a gripe ele sempre busca a imunização, que se mostra eficiente. “Há uns 30 anos eu me vacino e não sei o que é uma gripe, nem uma dor de garganta.” Gomes é parte dos 213 mil idosos que a SMS pretende vacinar durante a campanha, fora crianças e doentes crônicos, totalizando 694 mil pessoas que devem ser imunizadas. Em meio a pandemia causada pelo coronavírus, a recomendação é que as pessoas evitem ao máximo sair de casa, regra que Gomes afirma estar seguindo. “Tenho cumprido rigorosamente, só saio quando preciso”, conta o viúvo que mora sozinho.
Diretora Adjunta da Atenção Primária à Saúde (APS), Diane Nascimento, diz que a partir de amanhã, quando começa oficialmente a vacinação dos idosos, a indicação é que sejam procuradas farmácias para a imunização. O governo municipal fechou um acordo com três redes: Agafarma, Panvel e São João, que oferecerão as doses. Ao todo, mais de 70 estabelecimentos estão aptos a aplicar as doses da vacina, que imuniza contra a Influenza (A H1N1, A H3N2 e B linhagem B/Victoria). “O maior desafio é evitar que pessoas saudáveis se contaminem”, diz Diana.
O sistema de vacinas aplicadas em casa não foi alterado nem ampliado até o momento e segue os padrões de anos anteriores, sendo aplicado para pessoas com dificuldades de locomoção. O que o governo tem estudado para evitar aglomerações e contágios é a implementação de sistemas de "drive thru", fazendo com que os pacientes sejam vacinados dentro do carro. A proposta é que eles sejam instalados em pontos com poucas farmácias, mas ainda está em análise e deve ser divulgado o funcionamento até quarta-feira.
Embora a vacina contra a gripe não tenha efeitos sobre a Covid-19, Diana reforça a necessidade que as doses sejam tomadas para evitar outros problemas que podem fragilizar os pacientes. “Precisamos que eles se imunizem para evitar que contraiam outras doenças.” A expectativa do governo da Capital é que 90% das 694,5 mil pessoas do grupo de risco recebam as doses. Em 2018 foram vacinados 561 mil, número que subiu bastante em 2019, passando para 866,6 mil.
Eduardo Amaral