Além de ficarem "presos" na jaula, feita de alumínio, os manifestantes também foram algemados. Mesmo por alguns segundos, a experiência foi marcante. “É uma sensação de impotência”, descreveu a pedagoga Cláudia Chiminazzo, 49 anos. “Tem de haver liberdade de expressão e o direito de ir e vir. Eles estão lutando por uma boa causa”, acrescentou. O bancário Luiz Anselmini, 55, que entrou na jaula junto com a esposa, Josiana, 31, disse que a prisão dos ativistas é um “equívoco monumental”. “Deveria ocorrer o contrário, esse pessoal tem de ser cada vez mais valorizado”, afirmou.
A iniciativa foi realizada simultaneamente em mais de 140 cidades de 46 países. No Brasil, Porto Alegre foi escolhida por ser a terra natal da única brasileira entre os ativistas presos, mas ações voluntárias também ocorrem em Olinda (PE) e Rio de Janeiro (RJ). Segundo a coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Fabiana Alves, as mensagens gravadas serão disponibilizadas na internet. “O objetivo é chamar a atenção das pessoas e sentir o que eles estão passando”, contou.
Durante a próxima semana, novas audiências na justiça russa deverão definir se a prisão provisória dos 30 acusados será estendida, conforme pedido do comitê de investigação do caso. “Se isso acontecer, vamos entrar com recurso para que eles respondam liberdade”, observou Fabiana. A expectativa é de que a definição ocorra até o dia 24 de novembro.
A ação do Greenpeace no Parque Farroupilha segue até as 16h.
Danton Júnior/Correio do Povo