De acordo com Maira, a luta do Imama é para que as mulheres consigam chegar mais cedo ao tratamento. “A caminhada além de celebrar a recuperação das pacientes que trataram o câncer, faz um alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce”, acrescentou. Segundo a nutricionista Marli Marcon, de Porto Alegre, que foi diagnosticada com câncer de mama em 2009, disse que o evento celebrou a recuperação de mulheres que venceram a doença. “Participo das caminhadas desde 2011 e faço palestras no interior do Estado para mostrar que somos vencedoras”, explicou.
Conforme Maira Caleffi, a caminhada serviu para reivindicar que leis, como a Lei Federal 12.732, conhecida como a Lei dos 60 dias, sejam implementadas. A lei determina que a partir do diagnóstico de qualquer tipo de câncer, o paciente inicie o tratamento, em no máximo, dois meses. “O Rio Grande do Sul registra cinco mil novos casos da doença a cada ano”, ressaltou a médica mastologista.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), Porto Alegre segue líder entre as capitais brasileiras em casos de câncer de mama. Anualmente, cerca de mil mulheres morrem da doença no Rio Grande do Sul, e a expectativa é de que uma em cada sete gaúchas desenvolvam a doença em alguma fase da vida. Conforme o Inca, o câncer de mama é considerado um problema de saúde pública e a incidência da doença no mundo cresceu 20% na última década. Para 2030, a estimativa é de 27 milhões de novos caso de câncer no mundo. De acordo com o Inca, em 2014, serão diagnosticados 576 mil novos casos da doença no Brasil - incluindo o de pele não-melanoma. Deste total, 57.120 serão de câncer de mama em mulheres.
Cláudio Isaías / Correio do Povo