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Representantes da Cettraliq questionam se água está própria para consumo

Engenheiro da empresa explicou que, se o problema é químico, não se sabe o que tem no Guaíba

Representantes da Cettraliq questionam se água está própria para consumo | Foto: Alina Souza / CP Memória
Representantes da Cettraliq, que teve atividades suspensas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), estão convictos de que a empresa não é responsável pela alteração no odor e no gosto da água do Guaíba. Em entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta-feira, a bióloga Isabel Cristina Claas e o engenheiro químico José Carlos Bignetti questionaram inclusive se a água está realmente própria para o consumo humano. 

"Nós acreditamos fielmente que não somos responsáveis pelo odor e gosto da água", declarou a bióloga Isabel. Já o engenheiro químico José Carlos Bignetti explicou que, enquanto se acreditava que o odor e o gosto da água eram causados por Actinomicetos (tipo de bactéria), sabia-se quais os produtos que eles geravam. No entanto, conforme o engenheiro, as autoridades municipais e ambientais alegam que o problema é químico. "Á água tem gosto e cheiro porque existe algum composto ali dentro. Alguém sabe qual? Não. Alguém sabe em que concentração? Não. Então, como é que alguém vem para o microfone e diz que a água é potável se não sabe o que tem dentro?", questionou o engenheiro ao se referir às declarações do diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Elisandro Oliveira, que afirmou que a água do Guaíba pode ser ingerida. "Acho que ele está sendo, no minímo, um tanto quanto irresponsável", disse Bignetti. "No meu rim, esta água não passa", afirmou.

A bióloga informou que foram analisadas bactérias nos efluentes recebidos pela empresa e constavam apenas  "100 unidades por mililítro". Segundo ela, nas casas de bombas do Dmae foram encontrados 20 mil e 35 mil. Ela esclareceu que a Cettraliq não tem vínculo com a Prefeitura de Porto Alegre, que é uma empresa privada que trata efluentes de indústrias. Conforme Isabel, a Cettraliq tem uma cartela de 3 mil clientes - 1,5 mil ativos. "Temos em média 200 clientes por mês que enviam efluentes", informou.

O engenheito também disse que algumas pessoas dizem que o cheiro da água é próximo de cevada. "Nós localizamos dez microcervejarias no bairro Navegantes. Quantas delas tratam os seus efluentes?, perguntou. "O que nós gostaríamos de saber é se esses órgãos têm conhecimento dessas empresas e se elas tratam seus efluentes", argumentou a bióloga.

A Fepam determinou a suspensão, a partir da tarde desta quarta-feira, das atividades da empresa Cettraliq, localizada às margens do Guaíba. Conforme a assessoria de comunicação da Fepam, a medida é preventiva e decorre do excesso de emissão de odores na região do bairro Navegantes, na zona Norte da Capital.

Correio do Povo e Rádio Guaíba