Os rodoviários realizam na manhã desta segunda-feira uma "operação tartaruga" em pelo duas avenidas de Porto Alegre contra o projeto da prefeitura que, entre outras coisas, prevê a retirada gradativa de cobradores das linhas de ônibus. A categoria organizou uma caminhada com faixas nas avenidas João Pessoa e Farrapos, ocupando não apenas a faixa dos coletivos, como também a via destinada aos veículos de passeio. A intenção é ir caminhando até a Câmara de Vereadores, que hoje poderá votar as medias daquele que ficou conhecido como pacote do transporte público.
Uma tropa de choque da Brigada Militar foi deslocada para a avenida João Pessoa e conseguiu liberar os coletivos para que trafegassem por uma faixa da pista comum. Para os rodoviários, os PMs estavam impedindo o direito de manifestação da categoria. O trânsito na região ficou congestionado por conta da lentidão do deslocamento.
Rodoviários decidem pela manifestação nas ruas de Porto Alegre / Foto: Rubens Serna / Divulgação / CP
O pacote
O pacote com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre é classificado pelo Governo como uma necessidade de ação. Gestado desde maio de 2019, as medidas impactam diretamente na tarifa e visam dividir mais a conta com a população. Para isso, as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas e empresas de aplicativo de carros, até uma mudança no sistema da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
O secretário municipal extraordinário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello detalhou o plano e como ele foi pensado. O secretário afirmou que a elaboração de uma nova matriz tarifária surgiu no primeiro semestre do ano passado, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior pediu que ele encontrasse uma forma de reduzir R$ 1 o preço da passagem.
Com as medidas apresentadas na segunda-feira, e que podem ser votadas nesta quinta e sexta-feira em sessão extraordinária da Câmara de Vereadores, a gestão municipal projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021 e não sofra nenhum reajuste neste ano.
Duas das medidas são as mais polêmicas: a que propõe taxação das corridas de aplicativos e a cobrança para motoristas que venham de outras cidades. Sobre a taxação dos aplicativos, Tortoriello afirmou não temer que a medida tire a competitividade ou inviabilize o negócio. Ele garante que não serão os profissionais os responsáveis por pagar R$ 0,28 por quilômetro rodado, mas, sim, as empresas.
Correio do Povo