Nenhuma mudança aparente na rotina da cidade foi verificada na manhã deste sábado após a liberação na última sexta-feira do uso de máscaras ao ar livre em Porto Alegre. A constatação é da reportagem do Correio do Povo, que circulou na área central da cidade, orla, feiras e parques, além das avenidas e ruas. As máscaras permanecem obrigatórias em ambientes fechados.
“Ambientes públicos que tiverem, por eventualidade, uma certa aglomeração, as pessoas têm que manter distanciamento ou usar máscaras. É uma questão de bom senso”, esclareceu o secretário extraordinário de Enfrentamento ao Covid-19, Cesar Sulzbach, em entrevista ao Correio do Povo.
“Esta desobrigação e dispensa do uso da máscara não quer dizer que as pessoas que quiseram não possam usar. Não é obrigatoriamente não usar” frisou. “Certamente teremos de acompanhar e monitorar por um bom tempo. Temos que ter todo o cuidado daqui para a frente”, lembrou o secretário extraordinário de Enfrentamento ao Covid-19.
“Continuamos regredindo nos casos novos, mas para que isto aconteça tem que permanecer alguns cuidados básicos”, observou. Cesar Sulzbach atribuiu a queda do contágio à vacinação na cidade. “Porto Alegre fez uma opção pela vacina”, resumiu, enfatizando a importância do calendário vacinal ser cumprido com todas as doses.
“Isto faz com que tenhamos a imunidade de grupo”, lembrou, citando ainda a necessidade do uso de álcool 70% e lavagem das mãos para ajudar no enfrentamento da pandemia. “É importante avançar. É um desejo da sociedade, mas tem que ser acolhido pelo poder público com responsabilidade e segurança”, concluiu.
Na Orla Moacyr Scliar e na Redenção, os frequentadores dividiam-se no uso ou não das máscaras. No Centro, as pessoas também alternavam-se na utilização ou não da proteção facial. Todas carregavam as máscaras para entrarem, por exemplo, nos estabelecimentos comerciais. Nas vias públicas também a mesma situação.
Máscaras mantidas em feira
No entanto, um local chamou a atenção pelo uso majoritário das máscaras. Nas tradicionais Feira de Agricultores Ecologistas (FAE) e Feira Ecológica do Bom Fim (FEBF), na avenida José Bonifácio, ao lado da Redenção, a liberação do uso não mudou o comportamento do público que busca alimentação saudável, orgânica e em agrotóxicos.
“A gente estava com uma expectativa de que tivesse bastante consumidores sem máscara por conta deste decreto. Para surpresa nossa, a gente percebeu que está todo mundo usando máscara, 95% ou mais. É uma consciência própria deles”, avaliou Ricardo Hattori, da Comissão da FAE. Até os feirantes decidiram em conjunto neste sábado que vão continuar usando máscaras. “Todos concordaram”, sintetizou.
A FAE reúne 44 feirantes e a FEBF outros 90. Ambas as feiras recebem cerca de 7 mil pessoas nas manhãs de sábado, mas antes da pandemia chegava em torno de 14 mil. “Aos pouquinhos estão voltando”, salientou Ricardo Hattori.
Correio do Povo