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Secretário discute com proprietário e chama boate de "pocilga"

Titular da Smic afirma que casa atingida por incêndio não tinha condição de funcionar

Quatro caminhões do Corpo de Bombeiros foram acionados para conter as chamas | Foto: Ricardo Giusti
Pouco mais de 12 horas depois do início do incêndio na boate Cabaret, na avenida Independência, em Porto Alegre, o secretário municipal de Indústria e Comércio, Humberto Goulart, e um dos sócios, Carlos Beust, discutiram sobre a interdição da casa no início deste ano. A casa foi a primeira a ser fechada em Porto Alegre após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria.

Segundo o secretário, o lugar não tinha condições de funcionar pelos riscos que representava aos seus usuários e considerou o local como um “pocilga”. Ele citou a fiação exposta, a desconfiança da espuma utilizada no teto e a higiene. Além disso, no corredor da casa e numa das saídas estavam depositadas várias caixas de bebidas, o que atrapalharia a circulação se houvesse uma situação de risco, apontou o secretário.

O sócio, que interrompeu as explicações do secretário à imprensa, rebateu as declarações e afirmou que o impasse está relacionado à divergência na legislação municipal. Isso porque a casa estava funcionando sem o licenciamento ambiental. Ele disse que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) não teria concedido a liberação porque a boate funciona próximo a um hospital. Ao mesmo tempo, a legislação da Smic autoriza o funcionamento, se houver a acústica sonora. “O impasse é interno da Prefeitura. A casa funciona dentro das normas e com o licença que tem validade até o dia 31 de maio”, afirmou Beust. O prejuízo estimado é de R$ 500 mil, segundo o sócio.

Sobre os apontamentos feitos pelo secretário, o sócio explicou que toda a fiação foi reformada e não estava mais exposta. Em relação às caixas de bebidas, ele destacou que o descarregamento das mercadorias teria acontecido poucos minutos antes da vistoria. “Acredito que há outros motivos para aquela interdição. Tanto que a Prefeitura utilizou como justificativa os termos “pelo bem da moral e dos bons costumes”, quer dizer que não tinha relação com o prédio”, afirmou ele, que chegou a acusar o secretário de querer ter destaque midiático com o incêndio.

Apesar da divergência em relação à interdição, ambos concordaram que se o incêndio tivesse ocorrido quando a casa estivesse funcionando, a evacuação seria rápida.

A discussão ocorreu quando peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) ainda faziam as investigações sobre as causas do fogo que consumiu dois terços da edificação, sobrando somente as paredes laterais e a fachada. Em relação ao incêndio, o sócio disse que pelas informações repassadas, o fogo começou entre o telhado e o forro.

Segundo ele, neste local não há nada. Ele não descarta a possibilidade de que o fogo tenha começado de fora do prédio. Ele lembrou que várias vezes foi jogado lixo no telhado da boate. Segundo o sócio, a perda foi total. A casa funcionava desde 1991, sendo que atualmente, tinha capacidade para receber até 236 pessoas, além dos 22 funcionários.

Sobre a fiscalização às casas noturnas na Capital, o secretário afirmou que o trabalho seguirá. “Ter o alvará e o plano de prevenção não significa que não haverá incêndio, mas a resposta será mais efetiva”. Ele disse que mais de 150 boates foram vistoriadas.

Morador registrou incêndio em vídeo:



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