Um grupo de servidores da Carris protestou na manhã deste sábado contra a privatização da empresa pública de transporte coletivo de Porto Alegre. Os trabalhadores estavam desde às 6h em frente à sede, na zona Leste da Capital, onde fixaram faixas. A cobradora e integrante da comissão de colaboradores, Gorete Alves, disse que esse foi o primeiro ato de 2021 contra a intenção de privatizar a empresa, mas que o combate a essa causa já existe desde 2017.
A colaboradora entende que se a venda para o setor privado se consolidar, os funcionários não serão absorvidos por outros órgãos da prefeitura. “Não acreditamos que o prefeito Sebastião Melo queira dialogar conosco e nem se interesse pela manutenção dos nossos postos de trabalho", afirma.
O movimento também teve o objetivo de homenagear os rodoviários que faleceram de Covid-19 e os que foram afastados por serem do grupo de risco. A trabalhadora lembrou que a Carris tem 149 anos e que há um projeto de lei, que tramita na Câmara desde 2017, que propõe o tombamento da Carris como patrimônio histórico.
A cobradora também informa que há outra proposição, também de 2017, que condiciona a venda, extinção, alienação de empresa pública e outras modalidades, à concordância da população manifestada por meio de consulta por plebiscito. Os funcionários temem que a privatização culmine na perda dos seus empregos, já que são celetistas.
"Não é papel da Prefeitura ter uma empresa pública de ônibus"
De acordo com o prefeito Sebastião Melo, "não é papel da Prefeitura de Porto Alegre ter uma empresa pública de ônibus". Segundo ele, a Carris custa 21% mais do que qualquer consórcio privado da cidade. "Nos últimos dez anos, foram aportados mais de R$ 500 milhões para transportar apenas 22,8% dos passageiros da cidade".
Na avaliação de Melo, a privatização da empresa é necessária para possibilidade investimentos em creches, operação tapa buraco, poda de árvores e ações sociais. Ele afirmou que deve encaminhar nos próximos 30 dias o pedido de autorização para alienar a Carris. Conforme o chefe do executivo municipal, não há outro caminho que não seja a privatização da empresa.
Taís Teixeira