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Verão

Especial

Simers presta homenagens a médicos mortos em 1997

Acidente de avião vitimou profissionais que buscavam órgãos para doação em Santa Catarina

Simers prestou homenagens a médicos mortos em acidente aéreo em 1997 | Foto: Fabiano do Amaral

No dia 1º de outubro de 1997, cinco médicos se dirigiam de Porto Alegre até Chapecó para captar órgãos que seriam doados a um paciente no Rio Grande do Sul. Marcos Stédile, André Augusto Barrionuevo, Jean Kohmann, Jackson Ávila, e Cláudio Lança estavam a bordo da aeronave Xingu, que pertencia ao governo do Estado, mas um grave acidente aéreo tirou a vida dos cinco e dos pilotos José Eduardo Dutra Reis e Paulo César Reimbrecht.

A data se transformou em um marco da medicina gaúcha, e ontem eles foram homenageados pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que prestou uma homenagem aos médicos ontem, durante as comemorações do Dia do Médico. Presidente do Sindicato, Marcelo Matias, classificou a atuação dos médicos como heróica. "Eles representam o extremo do que todo trabalhador faz no exercício da sua atividade,  em particular os médicos. Abrem mão do seu bem estar, e caso desses cinco, das suas vidas para salvar vidas. Eu os considero heróis, e eles têm que ser reconhecidos como tanto. "A homenagem aos cinco foi feita no Museu da Medicina, em Porto Alegre, local considerado ideal para homenagem por Matias. "Essas paredes vão guardar o ato de heroísmo deles, e que sirva de exemplo para todos os médicos que estão fazendo sua carreira".

Aos familiares que ficaram, restou a saudade e orgulho pelo legado. Sérgio Lança, pai de Cláudio Lança, que na época do acidente tinha 29 anos, ressalta o legado deixado pelo filho. "A homenagem de hoje mostra que não foi em vão a morte dele, valeu muito em relação a sociedade e a atenção que se deu após a morte dele sobre o tema dos transplantes."

Na mesma linha, Mair Lança, mãe de Sérgio, vê a tragédia que tirou a vida de seu filho como um legado importante à medicina gaúcha.  "Os transplantes são uma realidade maravilhosa, hoje em dia vemos como o Rio Grande do Sul tem um papel importante nisso, e tenho certeza que eles contribuíram para isso. Eu deixo nas mãos de Deus, e acho que a morte deles não foi em vão."

Agostinho Barrionuevo é pai de André Augusto Barrionuevo, que também tinha 29 anos na data do acidente, lembra do amor do filho pela profissão. "O André Augusto tentou passar essa mensagem do entusiasmo pela medicina e pela vida no momento em que na busca de um coração ele acabou perdendo a sua vida. Entrou no vôo para tentando salvar a vida de outras pessoas. Ela tinha na medicina a grande razão e essência da vida."

Os cinco médicos eram bastante jovens, sendo que Kohmann o mais velho, com 31 anos, e que faria pela primeira vez uma captação de órgãos fora de Porto Alegre. Nas memórias do diretor médico do Centro de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre, José Camargo, ainda estão os sonhos e desejos dos colegas. “Eu sei o quanto custou tudo isso. Foi uma experiência dolorida e sustentada, porque durante muito tempo coisas banais, como encontrar a letra deles nos prontuários, era uma dor renovada. Eram talentosos, ainda tinham muito a contribuir”, relembra.

Eduardo Amaral