Maria Aparecida do Santos se interessou pelo skate quando tinha 3 anos. O presente de aniversário do irmão Cauã se tornou o seu brinquedo favorito, mesmo que não soube ainda andar nele. Para evitar a briga, o pai Everson fez um pequeno skate para a filha. “Eles pintaram junto com tinta tempera”, recorda a mãe da menina, Rafaela Batista. O tempo passou e a menina abandonou o skate. “Ela fez música, quis saber de moda mas foi vendo as Olimpíadas que quis voltar pro Skate”.
Passado quase um ano depois de ver a skatista Rayssa Leal, a fadinha, conquistar a medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Maria não pensa em outra coisa a não ser seguir os passos da medalhista olímpica. “Ela é inspiração pra mim”, conta a jovem que tem a mesma idade da ídola.
Maria veio com a mãe de Osório, onde vivem, para participar do dia de competições, o Skate Day, realizado na tarde deste sábado no Parque Chico Mendes em Porto Alegre. Promovido pela Secretaria Municipal da Cultura e Movimento Jovem, com apoio da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, e o Movimento Poa que Doa, o evento reuniu centenas de jovens e crianças de todas as idades.
“É muito importante realizar este evento aqui no Chico Mendes, essa inclusão social”, comentou a secretária Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Débora Rios Garcia. Segundo a Prefeitura, a realização do evento na periferia da cidade visa promover a inclusão social dos jovens, através do esporte. A data comemorativa foi criada em 2004 pela Associação Internacional de Skate Board para tornar o esporte mais acessível, por meio de atividades realizadas nas principais cidades do mundo. Em Porto Alegre, foi instituída por lei municipal no 12.575/2019, aprovada pela Câmara de Vereadores.
Em busca do sonho
Mas nem tudo é perfeito. Não são todas cidades que possuem pistas de skates adequadas. “Em Osório as pistas que tem não são boas”, reclama a mãe de Maria. Ela conta que menina treina sozinha, pois não ainda não tem treinador ou patrocínio, e às vezes leva ela para outra cidade. “Eu levo às vezes para Capão (da Canoa). Mesmo com poucos recursos a guria vem evoluindo. No primeiro campeonato tirou 5º lugar e no último que participou em Pinhal foi campeã. “É o sonho dela e nós vamos apoiar”, finaliza a mãe Rafaela.
Felipe Uhr