Segundo o coordenador de Regulação de Transporte da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Márcio Saueressig, os valores de reajuste do ônibus e das lotações estão vinculados. O valor da tarifa da lotação pode ser até 50% superior à tarifa do ônibus. De acordo com o presidente da Associação de Transportadores de Lotação (ATL), Magnus Isse, nos últimos dois anos, o reajuste foi de 4,4%. “Com o aumento dos insumos, dos salários dos funcionários e do diesel é impossível congelar o valor do transporte. Até porque há exigências de ar-condicionado, o que eleva o consumo em 20%, e necessidade de acessibilidade com os elevadores, que são usados por menos de 50 pessoas por mês”, ressalta.
Isse afirma que a tarifa atual deveria ser de R$ 5,00. “Não adianta aumentar muito a tarifa, porque os salários não acompanham a inflação e, então, não teremos clientes”, pondera. A frota de lotações de Porto Alegre é de 437 veículos, distribuídos em 31 linhas. A estrutura transporta diariamente cerca de 70 mil pessoas.
Na manhã de terça-feira, o Prefeito da Capital, José Fortunati, e a equipe técnica da EPTC se reuniram para uma primeira análise do reajuste solicitado pelo Seopa. A prefeitura só deve se manifestar sobre o índice depois de algumas reuniões, a portas fechadas, para o cálculo técnico. Depois, a EPTC encaminha a proposta ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), que examina os dados e indica um percentual de reajuste. A sugestão de reajuste é remetida então ao prefeito, para a decisão final.
Jéssica Mello