Originalmente o governador republicano Asa Hutchinson havia planejado a execução de oito condenados em um período de 11 dias até o final de abril, quando expira a validade de um dos medicamentos - o midazolam - utilizados na injeção letal. Mas em meio à oposição pública à pena de morte - incluindo protestos na capital estadual Little Rock, com a presença do ator Johnny Depp e de um juiz vinculado a um dos casos -, os advogados conseguiram suspender quatro execuções.
Jason McGegee, que tinha a morte programada para o dia 27, conseguiu em 6 de abril um adiamento de um mês após um recurso de clemência. Na sexta-feira passada, a Suprema Corte do Arkansas adiou - sem revelar os motivos - a execução de Bruce Ward, prevista para o dia 17. Na segunda-feira à noite, depois que Don Davis teve direito a sua "última refeição" e a poucos minutos de sua execução, uma decisão de última hora da Suprema Corte dos Estados Unidos salvou sua vida. Stacey Johnson foi o quarto condenado que conseguiu, na quarta-feira, um adiamento da execução. Mas a Procuradoria do Arkansas promete lutar para aplicar a pena de morte aos demais condenados.
Em meio à batalha legal dos advogados por cada condenado, também existe uma polêmica sobre os medicamentos utilizados na injeção letal. A Mckesson-Medical-Surgical Inc., distribuidora da Pfizer, havia solicitado à justiça a proibição do uso de seu brometo de pancurônio para executar presos. Na sexta-feira passada, um juiz decidiu a favor da empresa, o que suspendeu temporariamente todas as execuções. Mas um tribunal de apelações suspendeu o bloqueio e autorizou o estado a executar os condenados com as drogas previstas, o que determinou o destino de Ledell Lee, o primeiro da lista a ser executado.
AFP