Durante pouco mais de duas horas, foi impossível acessar os sites, assim como os de grandes jornais como CNN, The New York Times, The Financial Times, The Boston Globe e The Guardian. O provedor de internet Dyn, que maneja e redireciona o tráfego na internet, explicou ter sofrido um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS, nas siglas em inglês) no seu servidor de nome de domínio (DNS).
O ataque afetou "principalmente a costa leste dos Estados Unidos", causando interrupções e lentidão. Três horas depois de restaurar o serviço, a empresa informou que estava combatendo um novo ciberataque. "Nossos engenheiros continuam trabalhando para mitigar este problema", disse a Dyn no seu site.
Um mapa publicado pelo site downdetector.com mostrou zonas afetadas na costa leste dos Estados Unidos e no Texas. Mais tarde, na sexta-feira, o problema chegou à região do centro-oeste americano e ao estado da Califórnia.
Mapas similares mostraram interrupções nos serviços do Twitter e do site de filmes em streaming Netflix na Europa. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) relatou que estava monitorando a situação. "Estamos cientes e estamos investigando todas as possíveis causas", disse o porta-voz do DHS Gillian Christensen.
O Amazon Web Services, que provê serviços a alguns dos sites mais populares da internet, como Netflix e Airbnb, garantiu que tinha conseguido resolver seus problemas às 13h10min, mas que três horas depois voltou a enfrentar problemas semelhantes em outras regiões.
Os servidores de nome de domínio (DNS) são um elemento fundamental da infraestrutura da internet: eles convertem os endereços IP (números) nos nomes de domínio que permitem aos usuários se conectarem a sites.Nos ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS), os hackers sobrecarregam os sites com excesso de tráfego para dificultar a conexão ou fazer com que o serviço saia do ar.
Apesar destes ciberataques ocorrerem regularmente, o desta sexta-feira mostrou a vulnerabilidade da interconexão para grandes setores da internet. Neste caso, vários grandes sites foram afetados pelo ataque a um só provedor. "A internet continua dependendo de protocolos e de infraestrutura que foi projetada antes dos ciberataques surgirem como um problema", explicou Ben Johnson, ex-engenheiro da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e fundador da empresa de segurança cibernética Carbon Black. "Os ataques de negação de serviço continuarão espreitando nossas organizações, principalmente com o auge dos objetos conectados não seguros. Infelizmente, o que estamos presenciando é apenas o começo" de ataques em grande escala, acrescentou.
AFP