A reunião das autoridades de aviação civil de vários países sobre o Boeing 737 MAX terminou nessa quinta-feira, no Texas, nos Estados Unidos, sem qualquer previsão sobre o retorno ao serviço destas aeronaves, que permanecem no solo há mais de 70 dias, após dois acidentes aéreos. "O único calendário que importa é garantir que o avião seja seguro", disse o diretor interino da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), Dan Elwell.
O "diálogo" continuará, especialmente as trocas de informação entre as agências. Dois acidentes com origem no sistema de estabilização MCAS do 737 MAX, envolvendo aviões da Ethiopian e da Lion Air, deixaram 346 mortos e suspenderam as operações com o aparelho.
Ao menos 60 representantes, de 33 países com companhias que operam com o 737 MAX, participaram da reunião, que durou quase oito horas. "Não houve críticas", afirmou Elwell sobre a FAA, que após os acidentes foi questionada. "A discussão foi franca (...). Fizeram muitas perguntas" e "pediram esclarecimentos" sobre os procedimentos americanos. Segundo Elwell, a decisão sobre o retorno dos 737 MAX será adotada de forma independente por cada país. "Cada país tomará sua própria decisão", completou.
Até o problema com o 737 MAX, prevalecia um sistema de reciprocidade no qual as demais agências reguladoras de aviação seguiam a orientação da autoridade de origem, neste caso a FAA. Na quarta-feira, Elwell informou que as correções no sistema MCAS ainda não foram apresentadas oficialmente pela Boeing à FAA. A Boeing anunciou - na semana passada - a conclusão das alterações exigidas pela FAA e que o novo sistema estava pronto para ser certificado.
A FAA apresentou novas questões à Boeing, o que explica o atraso. "Ainda não determinamos qual será o treinamento final dos pilotos", disse Elwell. Estados Unidos e Canadá discordam sobre o treinamento mais adequado para os pilotos do 737 MAX. As autoridades americanas avaliam que um treinamento em computador ou iPad é o suficiente para pilotos experientes, enquanto o regulador canadense quer o uso obrigatório do simulador.
AFP