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Boris Johnson e Ursula von der Leyen iniciam reunião que pode salvar negociações pós-Brexit

Depois de oito meses de negociação, o caminho para um acordo foi bloqueado em três temas

Segundo a UE, encontro pretende verificar se bloqueios que persistem podem ser superados | Foto: Aaron Chown / POOL / AFP / CP

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu nesta quarta-feira em Bruxelas o premier britânico, Boris Johnson, em um encontro que poderá decidir a negociação de um acordo sobre a relação pós-Brexit.

Depois de oito meses de negociação, o caminho para um acordo foi bloqueado em três temas: direitos de navios pesqueiros europeus em águas britânicas, normas de concorrência e ajudas estatais, além da gestão jurídica da futura relação, em particular a solução de controvérsias. Johnson e Ursula conversaram por telefone no sábado e na segunda-feira e, nas duas ocasiões, reconheceram que não estavam reunidas as condições para um acordo.

Antes de deixar Londres, o premier britânico reafirmou que não teme uma ruptura abrupta no fim do ano, apesar do fato de que as consequências serão mais duras para a economia britânica do que para a dos 27. "Com acordo ou sem, não tenho dúvida de que este país irá prosperar com força", afirmou Johnson ao parlamento britânico.

Não a um acordo a qualquer preço

O Reino Unido saiu oficialmente da UE em 31 de janeiro. Desde então, as partes estão em um período de transição, que termina em 31 de dezembro, quando Londres deixará definitivamente o mercado comum e a união alfandegária. A ausência de um acordo ratificado nessa data significará que, a partir de 1° de janeiro, a relação passará a ser regida pelas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O principal negociador da UE, Michel Barnier, afirmou na terça-feira que o bloco "jamais" sacrificará seu futuro para obter um acordo, em uma referência evidente à incapacidade de fazer mais concessões. "O acesso ao nosso mercado tem condições", completou.

Nesta quarta-feira, a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, também afirmou que "ainda há possibilidades de chegar a um acordo", mas destacou que o eventual entendimento deve "preservar a integridade do mercado interno" europeu.

De acordo com a UE, o encontro pretende verificar se os bloqueios que persistem ainda podem ser superados para evitar uma ruptura total. Eric Maurice, analista da Fundação Schuman, destacou que "o encontro parece a última oportunidade para ver se as 'linhas vermelhas' de cada parte ainda podem ser movimentadas".

Superar obstáculos

Uma fonte diplomática europeia disse à AFP que a equipe da UE não fará mais concessões. "O ponto crítico da negociação é a cláusula de equivalência exigida pela UE para evitar distorções de concorrência, se o Reino Unido se negar a se alinhar com os padrões fiscais, sociais e ambientais", disse a mesma fonte.

Uma fonte britânica afirmou que é necessário admitir que "um acordo pode ficar fora de alcance, pois não cederemos em defender a soberania do Reino Unido".

Em um gesto que foi interpretado como um sinal de boa vontade, Londres e Bruxelas anunciaram na terça-feira um acordo sobre o comércio pós-Brexit na Irlanda do Norte, após uma reunião entre o ministro de Gabinete britânico, Michael Gove, e o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic.

"Com o acordo, o Reino Unido retirará as cláusulas (...) do projeto de Lei de Mercado Interno" que, em violação à lei internacional, revogavam unilateralmente partes do Tratado de Retirada.

Este projeto de lei havia sido recebido com fúria pela UE, que ameaçou levar o caso aos tribunais internacionais. Assim, o gesto britânico de eliminar as cláusulas polêmicas é visto como um aceno à possibilidade de um acordo geral.

Os líderes europeus participarão de uma reunião de cúpula na quinta e na sexta-feiras em Bruxelas. A ideia é que o encontro não tenha o Brexit na agenda.

Os países do bloco têm outros temas importantes para debater: o agravamento das tensões com a Turquia e o veto de Hungria e Polônia à aprovação do orçamento plurianual e ao gigantesco plano de recuperação econômica pós-pandemia.

 

AFP