Martín Vizcarra assumiu como novo presidente do Peru ao ser juramentado pelo Congresso, pouco depois de formalizarem a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, e prometeu ser firme no combate à corrupção. "Seremos firmes na luta contra a corrupção. A transparência será um pilar de nosso mandato", disse. Vizcarra, um engenheiro de 55 anos, jurou diante do Congresso após às 13h locais (15h de Brasília), em uma cerimônia na qual o chefe do legislativo, o opositor Luis Galarreta, colocou a faixa presidencial.
"Juro por Deus e pela Pátria que exercerei fielmente o cargo de presidente da República e assumo, de acordo com a Constituição política do Peru, que defenderei a soberania nacional, a integridade física da República e a independência de suas instituições democráticas, que cumprirei e farei cumprir a Constituição política e a lei do Peru", declarou. Vizcarra se tornou o novo presidente depois que o Congresso aceitou a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, atingido por escândalos relacionados à empreiteira brasileira Odebrecht.
Renuncia não renuncia
Na última sexta-feira Pedro Pablo Kuczynski, ameaçou recuar e retirar sua carta de demissão, submetendo-se a um processo de impeachment, apenas poucas horas antes de o Congresso dar posse a seu sucessor, Martín Vizcarra.
Empresário e ex-banqueiro de 79 anos, Kuczynski reagiu assim ao vazamento de trechos de uma resolução sobre sua saída, que está sendo preparada às pressas pelo Congresso. De acordo com o texto, ele "traiu a Pátria no desempenho dos cargos públicos".
O presidente do Congresso, o opositor Luis Galarreta, rebateu, alegando que o documento vazado é "um rascunho" que sequer foi aprovado pelos porta-vozes das bancadas parlamentares. "É um rascunho que vai ser corrigido agora na junta de porta-vozes.
Após meses na corda bamba devido aos vínculos de empresas ligadas a ele com a construtora Odebrecht, Kuczynski jogou a toalha na última quarta-feira, um dia antes de se submeter a um processo de impeachment no Congresso. Sua saída foi precipitada pela divulgação de vídeos, insinuando que seu governo estava tentando comprar votos de congressistas para se manter no poder.
AFP