Os exercícios militares conjuntos "Max Thunder", que durarão duas semanas, começaram em 11 de maio e envolvem 100 aeronaves de ambos os aliados, incluindo caças F-22. "Por causa da grave situação que levou à suspensão das negociações de alto nível norte-sul entre as duas Coreias não vai ser fácil voltar a se encontrar cara a cara com o atual regime da Coreia do Sul", indicou a agência norte-coreana KCNA, que cita o negociador Ri Son Gwon.
A Coreia do Norte também ameaçou cancelar o encontro histórico entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu líder, Kim Jong Un, em Cingapura no próximo mês, depois de semanas de tentativas de aproximação entre os dois países.
Ri, chefe do Comitê da Coreia do Norte para a Reunificação Pacífica do país, disse, de acordo com a KCNA, que "desta vez as atuais autoridades sul-coreanas claramente provaram ser ignorantes e incompetentes que não parecem compreender a situação atual".
Em uma declaração forte, a agência KCNA denunciou os exercícios 'Max Thunder' como uma "provocação grosseira e malvada". A Coreia do Sul afirmou que recebeu uma mensagem indicando que as conversas de alto nível estavam canceladas "indefinidamente".
A linguagem utilizada em ambas as declarações constitui um retorno repentino e dramático à retórica norte-coreana do passado. As hostilidades na Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, cessaram com um cessar-fogo, deixando a península dividida pela Zona Desmilitarizada e tecnicamente ainda em guerra.
Em uma cúpula no mês passado em Panmunjom, Kim e o presidente sul-coreano Moon Jae-in se disseram dispostos a alcançar um acordo de paz para encerrar oficialmente o conflito e reiteraram a sua intenção de desnuclearizar a península coreana.
AFP